Urologista desmistifica reposição hormonal masculina

Tema considerado repleto de tabus e dúvidas para muitos homens, a reposição hormonal restabelece os níveis hormonais daqueles com deficiências, atuando tanto no quadro psíquico com diminuição da irritabilidade e da depressão, como no físico, gerando um novo estilo de vida, com mais energia, força física e mental e vida sexual mais satisfatória.

O assunto foi debatido em palestra realizada no Hospital Geral do Estado (HGE), nessa quarta-feira (8). A iniciativa faz parte da semana dos pais, que acontece até domingo (12), na unidade hospitalar.

Segundo o urologista Francisco Disnaldo, sintomas como desânimo, tristeza, falta de concentração e capacidade intelectual; perda de pelos, ganho de peso à custa de gordura, diminuição de massa e força muscular e perda de desejo sexual podem ser sinais de redução dos níveis de hormônio testosterona no homem. Na linguagem dos médicos, esse problema é chamado de deficiência androgênica do envelhecimento masculino (DAEM), que começa na quarta década de vida.

“Até bem pouco tempo, se pensava que após certa idade era normal e fisiológico o homem tornar-se mais triste, apático, preguiçoso, apresentando também diminuição do apetite sexual, características atribuídas ao envelhecimento. O que acontece é que, durante o envelhecimento ocorre uma diminuição lenta e gradual dos níveis de testosterona. O homem não tem a mesma parada abrupta da produção de hormônios, como a mulher na menopausa. Mas, quando a diminuição é muito grande, esse homem é um candidato à reposição”, explicou o médico.

Para saber se há necessidade de tomar hormônios é preciso procurar um urologista, que pedirá um exame de sangue. Nessa idade, as consultas com o médico devem ser anuais.  A terapia de reposição com a testosterona é usada quando a avaliação laboratorial repetida confirma este quadro clínico.

O urologista ressaltou que a reposição não provoca câncer de próstata e mama nos homens. “Pacientes saudáveis não desenvolvem a doença por causa do hormônio. O que propicia desenvolver câncer é ter hormônios acima do normal. E a reposição serve para que o paciente tenha a testosterona normalizada”, reforçou.

Francisco Disnaldo aclarou o motivo da associação entre a reposição hormonal e o câncer de próstata. “Com a idade, as chances do desenvolvimento de uma célula cancerosa é grande. E quando o homem desenvolve a doença e já fazia o uso de hormônios, faz uma associação errada. Acha que a culpa é do tratamento, e não é. A terapia de reposição hormonal deve ser indicada para todos os homens que apresentam os sintomas de queda hormonal. Ela é considerada a forma mais segura de aplicação através de gel, adesivos cutâneos ou injeções”.

O médico salientou que tanto para a mulher como para o homem, a terapia é individualizada e só deve ser prescrita por um profissional da área, que avaliará o estado psicoemocional do paciente e fará um estudo pormenorizado de exames laboratoriais.

“Assim como no tratamento feminino, a orientação do médico é indispensável, pois o paciente será submetido a vários exames, para se ter uma visão geral do organismo e para que se possa verificar as concentrações dos níveis dos hormônios sexuais, para depois ser avaliada a necessidade ou não do tratamento”, disse.

As contraindicações para terapia hormonal masculina são a suspeita ou caso confirmado de câncer de próstata ou de mama, níveis de testosterona normais e insuficiência hepática.

“Estilo de vida saudável, conquistado com uma dieta equilibrada, a prática de exercícios físicos de forma regular, uma boa qualidade do sono, não fumar e não engordar são ótimas recomendações que podem retardar o aparecimento da deficiência de testosterona”, orientou o especialista.

As informações são da assessoria de comunicação da Sesau

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