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Um crime que pode esconder outro

Gazeta de Alagoas

Em mais uma investida que desafia as forças policiais em Alagoas, uma quadrilha barbarizou, ontem, no Sertão alagoano. Está longe de ser novidade, e nem se pode tratar do problema como se fosse algo inerente ao atual governo.
Esse tipo de crime ocorre faz muito tempo, é verdade. Fato complicador, porém, é que não se vê sinal de que possa retroceder. Nesse caso, cabe a discussão sobre a política de segurança em vigor no Estado.

Seja agora ou num passado recente, continuamos correndo atrás da solução depois da cerca arrombada – no caso, bancos, casas lotéricas e agências dos Correios.

Embora anuncie programas, convênios e parcerias visando ao combate à violência, os episódios recorrentes deixam em xeque a atual política governamental nesse segmento.

As cidades do interior, da mais próxima até a mais distante da capital, sofrem, de modo dramático, com a insegurança. Não é para menos. Parece inacreditável que o efetivo inteiro de um município não passe de cinco policiais – trabalhando, naturalmente, em revezamento: não se pode esquecer do horário de descanso.

O número citado poderia ser força de expressão. Infelizmente, não é. As delegacias e postos da PM precisam se virar com um número ínfimo de policiais. A carência é muito grande até em cidades de porte médio; em lugares como Canapi e Mata Grande – alvos do assalto de ontem –, aí o quadro é mesmo de calamidade.

Além do cenário já bastante degradado por essa ação permanente de quadrilhas, que agem como se não houvesse qualquer obstáculo a seus objetivos, outro aspecto piora tudo: a encomenda eleitoral.

É outra velha tradição, reiteradamente lembrada em anos de eleição. As estatísticas de assalto indicam um possível planejamento de autoria política. Por essa versão, os ataques a bancos teriam como finalidade o financiamento de candidatos.

Em sendo assim, grupos políticos estariam por trás dessas ações violentas nas cidades do interior alagoano. Mas, apesar das coincidências, não se tem notícia de qualquer nome identificado pelas investigações das ocorrências.

No horizonte, a visão é intranquila.

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