Thiago Ávila retorna ao Brasil após detenção em missão humanitária rumo a Gaza

Na manhã desta sexta-feira, 13 de junho, o ativista brasileiro Thiago Ávila desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, após quatro dias de detenção em Israel. Ávila integrava a tripulação do veleiro Madleen, parte da missão internacional Flotilha da Liberdade, que buscava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A embarcação foi interceptada por forças israelenses em águas internacionais no último domingo, 9 de junho.

Durante a detenção, Ávila recusou-se a assinar documentos que legitimariam sua deportação e iniciou uma greve de fome e sede. Ele foi mantido em uma cela solitária por dois dias, segundo relatos de familiares e organizações de direitos humanos.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio da embaixada em Tel Aviv, acompanhou o caso e atuou para garantir sua integridade física e retorno ao país.

No desembarque, Ávila foi recebido por sua esposa, Lara Souza, sua filha de sete meses e um grupo de manifestantes pró-Palestina. Em entrevista à imprensa, ele relatou as condições da prisão e criticou duramente o governo israelense, classificando-o como “racista e supremacista”. Segundo o ativista, a missão humanitária levava alimentos, medicamentos, filtros de água e próteses para crianças amputadas.

Ávila também destacou que a repressão sofrida pelos ativistas é “uma fração” do que o povo palestino enfrenta diariamente. Ele defendeu o rompimento das relações diplomáticas entre o Brasil e Israel e pediu mais ações internacionais contra o bloqueio imposto à Faixa de Gaza.

A missão da Flotilha da Liberdade contava com 12 ativistas de diferentes nacionalidades, incluindo a sueca Greta Thunberg e a eurodeputada franco-palestina Rima Hassan. Todos foram detidos, e parte do grupo foi deportada nos dias seguintes. Israel proibiu os integrantes da missão de entrarem no país pelos próximos 100 anos.

A volta de Thiago Ávila reacende o debate sobre a crise humanitária em Gaza e o papel da sociedade civil internacional na denúncia de violações de direitos humanos. Em suas palavras, “a luta continua” — e ele promete seguir engajado em ações de solidariedade ao povo palestino.

.