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Tecnologia, política e diabetes tipo 1

Diariamente ocorrem novos diagnósticos de Diabetes Mellitus Tipo 1, uma doença autoimune em que o pâncreas é atacado pelo sistema imunológico da própria pessoa, e diminui até parar a produção de insulina, o que faz com os níveis de açúcar no sangue subam sem controle, geralmente levando crianças e adolescentes ao internamento para que a doença seja descoberta.

Não acontece porque a criança consumia muitos doces. É algo estranho a isso.

Fato: famílias de todas as classes e condições sociais se veem de repente, com um desafio imenso nas mãos, para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento destas crianças, que começam a precisar de assistência externa para controlar a glicemia.

Métodos mais antigos, e mais baratos, sendo inclusive oferecido pelo SUS: lancetas para medir a glicose furando as pontas dos dedos.

Mas não será uma vez ao dia, e sim muitas vezes ao dia, para ter o controle glicêmico e saber alimentar esse indivíduo com um novo cardápio, nem sempre acessível pelo alto valor da comida considerada “boa” para o caso.

A tecnologia diminui desconfortos, principalmente no caso das furadas, e o sensor de glicose acoplado ao corpo da pessoa evita aquelas furadas. Não é perfeito, às vezes apresenta problemas, mas podem ser trocados.

É um alívio para crianças e adolescentes que sofrem com a nova rotina pós-diagnóstico, mas custa mais de trezentos reais e só dura 14 dias, precisando ser trocado.

De maneira direta: diabetes tipo 1 precisa ser uma questão de políticas públicas!

Considerando a evolução da saúde pública brasileira, para os portadores de diabetes tipo 1 ainda é deveras insipiente, variando de cidade a cidade, pois em alguns municípios, como política de saúde própria, alguns oferecem o medidor de glicose gratuitamente para pacientes cadastrados.

Em Alagoas, por exemplo, conhecemos membros de equipes de assistência médica que sequer conheciam o sensor de glicose.

É uma lacuna que precisa ser ocupada com informações e novas ações para oferecer suporte às crianças e adolescentes e aos seus familiares.

A vida real, no modelo de sociedade que temos, precisa de cada cidadão evoluindo sobre o valor do voto. Lembremos que legisladores recebem até auxílio-terno, membros do executivo exibem vida de luxo, mas o dinheiro público não é usado a contento para assistir pessoas com problemas de saúde.

Essa conquista só pode chegar até nós coletivamente.

Precisamos votar em quem se importa com questões reais e abre canais de diálogo com a população depois das eleições, pois os político carreiristas estão cada vez menos conectados com as necessidades reais das cidades e suas populações.

Apenas nós poderemos disciplinar os maus políticos.

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