Nesta sexta-feira (09/05), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciará o julgamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti, acusados de invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos falsos.
O procedimento será realizado no formato de plenário virtual, sem debates presenciais, com os ministros depositando seus votos eletronicamente.
A análise se estenderá até a próxima sexta-feira (16).
O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes, com votos também dos ministros Luiz Fux, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia.
Ambos os réus foram formalmente acusados em maio de 2024, após a aceitação da denúncia pela PGR, pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
Segundo as investigações, eles criaram um cenário de manipulação ao inserir um mandado de prisão falso contra Moraes no sistema do CNJ.
A denúncia aponta que Zambelli teve papel central na articulação do ataque, sendo considerada a “autora intelectual”.
A PGR afirma que ela recrutou Delgatti, prometendo benefícios em troca da invasão e adulteração de dados, com o objetivo de desmoralizar a Justiça brasileira e gerar vantagens políticas.
Delgatti confessou as invasões, corroborando a perícia que detectou a manipulação.
Uma das ações resultou na emissão de um mandado de prisão fictício contra Moraes, como se ele mesmo tivesse ordenado sua prisão.
Adicionalmente, há informações de que Zambelli contratou Delgatti e prometeu “trabalho” a ele, com pagamentos feitos por terceiros — incluindo Jean Hernani, funcionário de seu gabinete, que não foi denunciado.
O julgamento poderá levar à condenação ou absolvição dos envolvidos, dependendo do veredito dos ministros.