SP: inspetor de escola é preso suspeito de pedofilia com alunos

Wagner Carvalho – Terra

A Polícia Civil de Brotas, distante 245 km de São Paulo, pediu a prisão preventiva do inspetor de alunos Catarino Vicente Antonio, o Nino, 46 anos, sob acusação de crime de pedofilia. Na casa do acusado, preso desde quarta-feira, a polícia encontrou diversas fotos de meninas e meninos, com idades entre 11 e 14 anos, em posses sensuais, nuas e em prática de sexo.

O caso foi registrado na última terça-feira. A mãe de uma das vítimas, que estuda na escola onde o acusado trabalha, procurou a delegacia e fez a denúncia. De acordo com o delegado Douglas Falsarella do Amaral, a mãe flagrou, na página do Facebook da filha de 13 anos, uma conversa dela com o acusado.

“A conversa não apontava muita coisa, mas levantou a desconfiança de que o inspetor poderia estar praticando pedofilia entre as alunas da escola estadual Dinah Lúcia Balestrero”, afirmou o delegado. Amaral afirmou que, diante dos fatos, solicitou para o juiz da comarca um mandado de busca e apreensão para a casa do acusado. “No local, uma CPU, um notebook e quatro pendrives com fotos foram recolhidos”, relatou.

De acordo com o delegado, na CPU e no notebook algumas fotos foram encontradas, todas com meninas em poses sensuais. “As fotos que revelaram a prática da pedofilia pelo acusado estavam nos pendrives, onde havia garotas nuas, imagens de masturbação e dois casais que na época tinham 12 e 13 anos fazendo sexo”, conta.

Com base neste material, o delegado pediu a prisão preventiva do inspetor na quarta-feira. “Estou analisando as fotos com muito cuidado, mas tudo indica que cerca de 25 crianças, entre meninos e meninas, foram vítimas da conversa do acusado”, afirma o delegado.

Nesta sexta-feira, mais possíveis vítimas do pedófilo foram ouvidas pelo delegado. “A maior parte das vítimas são estudantes da escola onde o acusado trabalha, mas há algumas que provavelmente ele conheceu pelas salas de bate-papo”, explica.

O delegado acredita que o suspeito recebia a maioria das fotos por meio da webcam dos computadores. Outras fotos foram presenciais, como no caso em que há o ato sexual. “Algumas fotos foram feitas na secretaria da escola e no salão nobre, provavelmente tiradas em final de semana ou em período de férias”, completa.

Uma das meninas que aparece nas fotos de sexo reside em Monte Alto e ficava na casa do acusado ou em uma pousada – onde ele também trabalhava – com o consentimento dos pais. “Os pais da menina conheceram o suspeito em uma viagem para Brotas e ficaram amigos. Com o tempo, a menina passou a viajar sozinha para passar finais de semana na casa do acusado, foi aí que ele armou o encontro entre as crianças que acabou em sexo oral”, desconfia o delegado.

Além das fotos, a polícia recuperou diversas conversas do acusado com os adolescentes. Na escola onde o acusado trabalha, os colegas disseram que ele não deixava transparecer esse comportamento.

O inspetor ainda não foi ouvido oficialmente, mas numa conversa informal disse ao delegado que estava tranquilo e que não sabia porque estava sendo preso. “Vou ouvi-lo depois que ouvir todas as vítimas”, disse o delegado. “Pedi a prisão preventiva dele para garantir sua própria integridade física, pois os pais estão revoltados e ele poderia ser agredido se ficasse solto”, completou.

Catarino está sendo acusado por pedofilia, de acordo com Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e por corrupção de menores e estupro de vulnerável pelo Código Penal.

.