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Solidariedade à professora da UFAL em Delmiro, expulsa de consultório por médica estressada

Mônica Regina Santos é minha amiga, pessoa decente e profissional exemplar. Precisar de tratamento médico e receber esse de “choque” me causou muita indignação. Torcemos para um desfecho melhor para essa história. Que nossa amiga receba atendimento, e de nossa parte, reproduzimos seu …

DESABAFO.

Acabo ser literalmente rejeitada por uma médica em uma clínica de saúde no bairro novo em Delmiro Gouveia.

Gentilmente uma amiga marcou a consulta para mim, e quando cheguei no horário marcado, encontrei outra amiga e em meio à conversa e leitura de um livro nem percebi que se passaram três horas de espera.

Com fome e cansada de tanto esperar, perguntei no balcão de atendimento porque demorava tanto, escutei que era por ordem de chegada e soube então que eu era a paciente de número 16.

Ao entrar no consultório cumprimentei a médica e perguntei por que demorava tanto, ela pegou minha guia de atendimento colocou de lado e disse para eu escolher: entre procurar outro médico e ser atendida. Estupefata eu disse: nossa! Ela então pediu que eu me retirasse do consultório, chamou a assistente e me acompanhou para o lado de fora, afirmando que não aceitava reclamações, pois, estava ali desde as 7h da manhã, não tinha parado para almoçar e não iria me atender porque eu reclamei.

Saí da clínica solicitando o cancelamento de outras consultas já marcadas, pois, não me submeter a outro tratamento daquele.

Uma parte de mim se compadeceu pela situação da profissional explorada que estava na minha frente no auge do stress, afinal ficar das 7h da manhã às 13h30m sem comer, atendendo pacientes e ao mesmo tempo realizando exames, para dar lucros aos empresários desse ramo econômico. Na minha área, que é a educação, também me vejo às vezes cansada e virando a noite para dar conta de corrigir trabalhos, concluir projetos para cumprir prazos e metas estabelecidas.
Estamos em meio a um produtivismo que nos desumaniza, somos clientes: médicos e pacientes, professores e alunos entre outras atividades. Somos mercadoria tanto quanto o produto do nosso trabalho. Contudo, isto não nos dá i direito, em quaisquer áreas, de tratar mal nos, alunos, pacientes etc.

Também me assustei com a afirmação de que ela só receberia o valor daquela consulta daqui a dois meses, o que é um absurdo. Caso ela tenha imaginado que o dinheiro viria do SUS, não tenho culpa, não sou culpada, pois, pago os impostos que me são imputados, caso tenha se referido à demora no ressarcimento pelo meu plano de saúde, também não sou culpada porque pago as mensalidades em dia.

Imaginei também tratar-se de um caso de racismo, afinal, é largamente sabido, a partir da literatura que para as pacientes negras dispensadas menos horas, e há todo um tratamento aligeirado. Vejam, numa clínica particular ocorre isso, imagine em locais públicos, onde impera a ideia de que é de graça.

Sendo o motivo, falta de educação, excesso de cansaço resultante do excesso de trabalho, racismo, ou o que venha a ser, resolvo tornar público, para provocar a reflexão sobre o andamento das relações profissionais em particular e sociais como um todo. O que vou fazer daqui em diante, ainda não sei, ao chegar em minha residência recebi a ligação da atendente que, em nome da direção pediu desculpas e disse que o próprio diretor queria falar comigo por telefone ou pessoalmente para ver como poderia compensar a situação. Aguardo a ligação do diretor da clínica, ou tomo outras providências.

ESTE É MEU DESABAFO.

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