Sindicatos que apoiam Dilma organizam greve

O apoio à realização de um plebiscito para começar a reforma política no País está mantido na pauta de reivindicações da CUT (Central Única dos Trabalhadores) para a greve desta quinta-feira (11). A proposta, defendida pelo governo federal, é criticada por outras centrais sindicais.

A divergência deve rachar o movimento de amanhã, que, segundo os líderes do protesto, terá um caráter político-eleitoral, enquanto os protestos de rua do mês passado eram apartidários e com pauta composta de reivindicações diversas.

Apesar da proximidade com o PT, partido da presidente Dilma Rousseff, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, nega que a entidade esteja vinculada à classe política. Ele explica que a central decidiu manter o plebiscito na pauta por se tratar de uma reivindicação de movimentos sociais parceiros.

— No momento em que temos a oportunidade de colocar isso em pauta com o movimento de massa, não podemos deixar de lado.

Para o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, o plebiscito não pode fazer parte da pauta da greve. Segundo ele, o movimento é para se opor ao governo e não para apoiá-lo.

— Dilma não atendeu à pauta. O PT quis colocar o plebiscito no meio para defender Dilma, mas não tem defesa. Essa manifestação é contra Dilma.

A organização do movimento por parte das duas entidades tem ocorrido de maneira paralela. A escolha do local para a concentração em São Paulo é um sintoma dessa divergência. A Força Sindical diz ter adotado como ponto de partida a rodovia Anhanguera. Já para a CUT, o início das manifestações será no vão livre do MASP (Museu de Arte Moderna de São Paulo), na avenida Paulista.

Freitas nega, no entanto, que esse racha ficará evidente nos atos de rua que serão realizados amanhã. Segundo ele, a CUT usará faixas e palavras de ordem que serão definidas em reunião com todas as centrais. A reivindicação do plebiscito só deve aparecer nas manifestações espontâneas.

— Temos características divergências entre nós, mas amanhã é momento de unidade. Não é momento de conflito, e sim, de união para que o governo atenda à nossa pauta.

Dimensão

As paralisações devem acontecer nos 27 Estados do País. As centrais não conseguem, no entanto, estimar quantas pessoas vão aderir. Elas dizem acreditar que a adesão será grande por causa da intransigência do governo em atender às reivindicações dos trabalhadores.

Algumas categorias vão decidir ainda hoje se entram ou não em greve, como os metroviários em São Paulo. A assembleia será às 18h30 e, se decidirem pela greve, devem deixar 5 milhões de pessoas sem transporte.

Além da Força Sindical e CUT, outros movimentos e sindicatos vão participar da greve, como a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) e CGTB (Central Geral de Trabalhadores Brasileiros). O Movimento dos Sem-Terra e a UNE (União Nacional dos Estudantes) também devem participar.

A pauta unificada discutida entre todas as centrais inclui o fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho, reajuste para os aposentados, mudanças na equipe econômica e mais investimentos para a saúde e educação.

Fonte: R7

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