Repórter Nordeste

Cicero Almeida encerra carreira política denunciado por corrupção

Cícero Almeida, o prefeito do PP que encerra sua era neste ano, tenta refundar sua gestão- carimbada pela “máfia do lixo” e a “Operação Taturana”- estampando na imprensa seus ódios e desafetos com jornalistas.

Aos que publicam suas incongruências, inaugura impropérios; aos integrantes do Ministério Público e da Justiça pontencializa-os de “mentirosos”, sem cerimônias, até que provem suas transações bancárias melindrosas, seus negócios espúrios na Assembleia Legislativa, seus contratos do lixo impregnados pela inhaca da corrupção.

Normal que ao sentir-se profeta, guindado por forças superiores, Almeida se defenda atacando qualquer um. Em seu último ano de mandato, o prefeito de Maceió não tem mais o apoio das classes A e B; a periferia, palco dos brilhos populistas e dos discursos místicos, retem a popularidade do prefeito, mas a escolha dele é o gabinete higiênico e cercado pelos egolatras.

Seu final é bucólico: o primo, Néry Almeida, foi cassado por compra de votos na Câmara de Vereadores; não elegeu nem o filho nem a irmã para a política; sua transferência de votos é um padrão duvidoso: o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) perdeu para o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), nos votos da capital.

A maldição de Cícero Almeida se estende aos seus: não transfere votos nem para aqueles que o tem no palanque.
Um tormento a um homem igualmente atormentando. A terceira cidade mais violenta do mundo investe mais em lixo que segurança pública; as promessas de campanha do prefeito ficam para o próximo; e seu maior aliado hoje é o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, orientado por pesquisas (favoráveis) a Cícero Almeida.

Breve, porém, são os números. Como diria Maquiavel: “Na política, os aliados atuais são os inimigos de amanhã.”

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