As investigações sobre o cartão de vacina supostamente falsificado do ex-presidente Jair Bolsonaro podem ensejar o compartilhamento de informações para outra investigação em curso: o assassinato da vereadora Marielle Franco.
Isso porque o nome da vereadora aparece num diálogo interceptado entre o o ex-major do Exército Ailton Barros e o tenente-coronel Mauro Cid.
“Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a p*** toda. Entendeu?”, diz trecho transcrito pelos investigadores.
Quem é quem?
Ailton Barros- já foi chamado de “segundo irmão” por Bolsonaro. Foi candidato a deputado estadual pelo PL.
Mauro Cid- ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, participou de conversa na qual um golpe de Estado teria sido tramado no Brasil (informa a CNN).
A conversa foi registrada em três áudios que estão com a Polícia Federal (PF).
Datado de 15 de dezembro, um dos áudios mostra Barros dizendo: “É o seguinte: entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer”.
“Até amanhã à tarde, ele aderindo, bem, ele faça um pronunciamento, então, posicionando-se dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Está abalada em todo o Brasil”, complementa Barros.