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Seca amplia geografia da devastação no Nordeste

A falta de chuvas no Nordeste já não se limita ao antigo Polígono da Seca. Além de atingir uma área maior no semiárido nordestino e do Norte de Minas, a estiagem já chega a municípios da Zona da Mata e do litoral de alguns estados. O número de dias sem chuva aumentou em vários municípios e ela está mais irregular. Mais forte, dura menos tempo e sua infiltração na terra diminui. A mudança tem sido observada pela Defesa Civil e por meteorologistas que atuam nas áreas afetadas. Em 2005, o Polígono incluiu mais 103 municípios, alcançando 1.133, e o governo recomendou não usar mais a figura para definir a área sujeita à seca.

Em Pernambuco, a seca é frequente no sertão e no agreste, mas oito municípios da Zona da Mata estão em situação de emergência devido à estiagem. No Maranhão, a estiagem chegou a municípios do litoral, como Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses, e Guimarães. Na Bahia, o número de cidades afetadas chega a 259, quase a totalidade dos 266 inseridos no semiárido. Entre os 125 municípios que estão em emergência devido à seca em Minas Gerais, há casos como o de Rio Doce, na Zona da Mata mineira, e Itinga, no Médio Jequitinhonha, que é cortado por dois rios, Itinga e Jequitinhonha, e quatro córregos. Onde a seca já era corriqueira, a situação se agravou. Em Mamonas, no Norte de Minas, pela primeira vez a barragem do Rio Cabeceiras, que abastece o município, secou. A saída foi retirar água de dentro do Parque Estadual Caminhos dos Gerais. Dos 539 reservatórios monitorados pela Agência Nacional de Águas (ANA), 234 estão com menos de 40% de água.

“A seca deste ano é mais severa do que as de 1983 e 1998, provocadas pelo El Niño, e abrange uma superfície de terras bem maior”, diz Raimundo dos Anjos, do 3º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia, em Recife.

As informações são do Diário de Pernambuco

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