‘Se a gente se acovarda perde a dignidade’, disse professor antes de ser assassinado

No primeiro dia do julgamento dos acusados de matar o professor de Educação Artística, Paulo Bandeira, a viúva do professor, Cilene Bandeira, disse estar convicta que o crime foi, sim, cometido pelo ex-prefeito de Satuba, Adalberon de Moraes.

Cilene disse que Paulo, antes de morrer, já havia dito que via nos olhos de Adalberon “ódio e crueldade”, ao se dirigir a ele.

“Não tenho dúvidas que o mandante de bárbaro assassinato de meu marido foi esse Adalberon de Moraes”, contou a viúva.

Paulo Bandeira teria recebido um cargo de supervisor na área educacional para silenciar sobre as irregularidades na Educação. Como permaneceu denunciado os desvios do Fundef em Satuba, acabou exonerado, foi humilhado por Adalberon e teve o horário de trabalho alterado.

“Se a gente se acovarda perde a dignidade”, disse Paulo Bandeira a Cilene, dois dias antes de ser assassinado.

De acordo com Cilene Bandeira, no dia do assassinato percebeu que as horas avançavam e ele não chegava em casa. “Nos  18 anos em que vivemos juntos ele nunca dormiu fora de casa”.

Viajando a Satuba, Cilene foi à escola onde ele trabalhava e os funcionários se referiam ao professor com verbos no passado.

“Quando estive na escola achei estranho quando até o porteiro se referia a meu esposo como alguém que trabalhou na escola, se referindo sempre no passado. Parecia que toda a cidade sabia do acontecido”, disse.

Após acharem o corpo carbonizado começou uma luta para encontrar os culpados, falou a viúva. “Quando fui à delegacia da cidade, o então prefeito Adalberon estava lá com os capangas querendo dar uma de inocente. Mas de verdade ele é um déspota!”, destacou Cilene.

Entenda os detalhes do caso

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