O plano estadual de oncologia não contempla as crianças com câncer. Uma constatação do defensor público Ricardo Melro, após denúncias de entidades e famílias.
Quem depende do SUS tem dificuldade de acessar tratamento ou próteses. E estamos falando de câncer em crianças, repetimos.
Há muitas notícias ruins na saúde estadual nos últimos dias: o Ipaseal Saúde recusando atendimentos, a Santa Mônica sob o fio da navalha da superlotação.
Nos dois casos, a lâmina sempre corta para os mais pobres.
Parece que nos acostumamos com o pior. E sem consequências para os gestores.
Há uma discussão que se arrasta há anos em Alagoas. E é constatada em todas as pesquisas: o difícil acesso a tratamento na saúde pública.
Usuários e funcionários- os dois lados do balcão- reclamam, soluções positivas são adiadas e vai ficando claro o avesso do ditado chinês: é na crise que as oportunidades nunca chegam.
Na pandemia e depois, os governos Renan Filho e Paulo Dantas ergueram hospitais. Mas se não existe uma rede que inclua crianças com câncer, a quantidade de prédios não faz tanta diferença. As vidas que se perdem na demora do tratamento, sim.
A mão do Estado, pesada, recai nas costas dos mais pobres quando a polícia age nas periferias.
A mesma mão, que não é invisível, recua e busca uma pia para lavar-se, ao negar um direito previsto na Constituição- saúde- leis sempre tão citadas pelos céticos e cínicos.
Se a ótica da saúde pública fica embaçada num tempo que convence o cidadão sobre a desqualificada atuação do Estado, o que podemos esperar no final do túnel: trevas ou precipício?
Torcemos, sempre, pela luz.
PIX
Apoie o jornalismo que constrói conteúdos exclusivos e diários.
Jornalismo que leva para você informação e opinião com responsabilidade democrática.
Jornalismo que revela os bastidores do poder, traz informações exclusivas, amparado no exercício da cidadania.
Venha conosco no Repórter Nordeste.
PIX: [email protected]
(Breve anunciamos novas formas de contribuição)