São Paulo: três vereadores têm prisão prorrogada

Eles são acusados de fraudar impostos; a prisão venceria no domingo, mas polícia pediu mais cinco dias

O Globo

A polícia de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, pediu a prorrogação da prisão temporária dos três vereadores suspeitos de envolvimento em fraudes com impostos. O prazo de prisão vai até este domingo, mas a polícia quer mais cinco dias, contados a partir de segunda-feira. Com isso, a polícia espera terminar a análise dos documentos e computadores apreendidos no gabinete dos políticos. Além dos políticos, mais cinco pessoas foram detidas e quatro são funcionários ou ex-funcionários do município. A estimativa é que nos três primeiros meses deste ano a quadrilha tenha desviado dos cofres da prefeitura R$ 1,2 milhão.

O bando é acusado de apagar dívidas de IPTU e ISS de contribuintes do sistema da prefeitura. Para sumir com os débitos, eles cobravam 30% do valor devido, segundo a polícia. A eliminação era feita por funcionários que tinham senha especial para verificação e movimentação do cadastro de devedores. A fraude causou um desequilíbrio nas contas municipais.

Os vereadores suspeitos de participar do crime são Carlos Alberto Aparecido Andrade (PV), Arnaldo Clemente dos Santos, o Arnaldinho (PSB), e José Luiz Eloi (PMDB). Os outros envolvidos são Bruno Camargo Bolsarine, responsável pela emissão da dívida ativa da prefeitura, Celso Santos Vasconcelos, o Celsinho, fornecedor de alimentos da prefeitura, o irmão de Arnaldinho, Milton Andrade, e Turíbio Antônio de Castilho, ex-diretor do setor de cadastro do município.

– Em princípio os vereadores dizem que não têm participação alguma nesse esquema, mas, agora, fazendo o cruzamento com as provas documentais, é que vamos ver se chegamos a alguma conclusão – explicou o delegado responsável pelas investigações, Raul Godoy Neto.

O delegado informou ainda que investiga para saber quem são os beneficiários do esquema.

– Todos respondem pelo mesmo crime que está sendo apurado, mas temos que ver em que circunstâncias essas baixas se deram e analisar caso a caso para ver quais as vantagens oferecidas para que os débitos fossem baixados.

Aqueles que já foram presos estão sendo indiciados por formação de quadrilha e peculato.

O prefeito de Taboão da Serra, Evilásio Farias, disse que detectou que as dívidas com impostos começaram a ser ‘apagadas’ em 2005.

– Mas nós exoneramos servidores e eles respondem criminalmente – disse o prefeito.

A Câmara de Taboão aprovou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.

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