O prefeito Rui Palmeira (PSDB) carrega um ódio secular pelos moradores da orla lagunar.
É o mesmo ódio que ele despejou em Jaraguá, na burocracia das obras do Centro Pesqueiro, que geraria empregos aos desterrados à força da antiga favela no local.
A orla lagunar é a área mais pobre de Maceió. E a mais abandonada pela gestão do prefeito.
Foi nela que o Ministério Público Estadual descobriu que 100% das crianças estão desnutridas.
A paisagem cruel foi normalizada. E Rui, agora, busca justificar que até o lixo jogado pelos canteiros da orla- lixo que não é recolhido, de propósito, pela gestão pública- é responsabilidade de Jair Bolsonaro, porque o programa de Frente Pra Lagoa foi suspenso.
O presidente suspendeu as obras mas não proibiu que o lixo fosse recolhido, como vemos na imagem de Bruno Fernandes, que ilustra esta matéria. Nem que as crianças estivessem fora das faixas nutricionais exigidas.
Tem razão o Ministério Público e a Defensoria Pública estadual obrigarem o município a construir regras de dignidade para os moradores da orla lagunar.
Mas as instituições públicas não conseguem reunir forças para obrigar Rui a ser prefeito também dos moradores da lagoa.
São histórias destruídas por um gestor. Nada consegue mudar essa rota do horror. Nem as leis.