Rui França: mais um secretário de Comunicação que desafina no Governo

A vitrine da era Vilela ainda passa por problemas primários na área; palacistas se irritam

Odilon Rios
Do Repórter Alagoas

A “cara” do Governo não está nos seus melhores dias. A Secretaria de Comunicação vive, de novo, tempos turbulentos, após a indicação do jornalista Rui França para a pasta. Responsável pela campanha vitoriosa do senador Benedito de Lira (PP)- transformando a principal rival de Biu, a vereadora Heloísa Helena (PSOL) em uma “maritaca” (pássaro de canto barulhento e desagradável)- a voz de Rui desafina com os profissionais da Secom.

Os gritos chegaram aos ouvidos do secretário do Gabinete Civil, Álvaro Machado, obrigado a intermediar uma confusão entre ele e o primo do deputado federal Rui Palmeira (PSDB), Fábio Palmeira, assistente administrativo na Secom.

Fábio queria uma conversa com o secretário para ações na área de marketing. Houve a recusa no encontro e, logo em seguida, uma discussão entre os dois. Houve reclamações dos dois lados- o de Rui e o do Palácio República dos Palmares. Os ânimos esfriaram.

Só que- novamente- os problemas na vitrine do Governo voltaram a irritar os palacistas. Em Arapiraca, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) estranhou a ausência de veículos de comunicação em uma cobertura de entrega de sementes e formatura de policiais militares. Antes de Rui França, entre cinco e seis rádios- no mínimo- cobriam eventos assim.

Ao perguntar quantos veículos havia nesta cobertura, um assessor responde: “Nenhum”. “O governador fechou a cara e quando isso acontece é sinal que as coisas não vão bem”, disse um palacista.

Outro palacista avisou ao próprio governador, duas vezes, sobre erros em coberturas. O não aviso a imprensa é o mais primário deles. Vilela não respondeu nada.

É difícil de acreditar que uma noiva de R$ 2,3 milhões- os custos da Secom este ano- não possa estar bem, como se imagina. Rica, a Secom foi cobiçada pelo PMDB em 2007. O senador Renan Calheiros, então aliado do governador, indicou o publicitário Wilmar Bandeira para a pasta. A pressão dos publicitários sufocou a permanência de Wilmar na Secom.

Rui França é o sexto secretário de Comunicação da era Teotonio Vilela Filho. Há quem aponte internamente desentendimentos entre todos os secretários e o marqueteiro de Vilela- dono de uma das agências que trabalha para a Secom, a Paz- Einhart Jácome Paz. Todos negam o choque de ideias.

Mas, não é uma simples coincidência que alguns dos secretários- entre eles, profissionais de destaque no mercado local ou nacional- não tenham “acertado a mão” na era Vilela. A noiva do Governo, pelo visto, ainda não encontrou o casamento certo.

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