No mundo violento das redes sociais também pode fluir poesia, e com esta o pensamento crítico, que sempre lutará contra os impositores do comportamento em série.
A escritora Roseana Murray tem flanado pelas redes como uma “fada” fazendo a mágica das palavras em um tempo de hostilidades.
Acompanhamos seu trabalho desde livros que perpassam vidas juvenis a práticas pedagógicas, ao recebimento de alunos em sua casa, oficina de trabalho na magia natural do lugar onde mora.
Aos 73 anos e em plena atividade na jornada literária, a escritora viveu uma experiência dolorosa quando ao fazer uma caminhada, foi atacada por três cães da raça pitbull; saiu com vida, em estado grave, perdendo um braço e uma orelha, comovendo milhares de leitores.
A rede de orações se estendeu e os curadores universais mostram presença em seus dias, apesar das feridas, permitindo que respire sem aparelhos após tê-los usado, e a primeira postagem de Roseana foi agradecendo às enfermeiras que cuidam do seu corpo, afirmando corajosamente que está bem, para acalmar seus leitores e fãs.
Já se divulga sua intenção em colocar prótese para voltar a escrever.
Por outro lado, tivemos no mesmo período das lutas de Roseana, uma aparição de Jojo Todynho exibindo seus cães da raça pitbull, mas o que chama atenção não é a exibição dos animais, mas o comportamento da dona quando uma internauta comenta sobre a necessidade de usar focinheiras neles.
A internauta adverte: Precisa colocar focinheira, perigo!
Jojo Todynho retruca: Vou colocar na sua língua.
Diante de novo argumento da internauta, Jojo arremata: Eu boto se eu quiser, se você não gostar coloque em você.
No tempo da instantaneidade da notícia o caso já envelheceu, mas o comportamento refinado de Roseana o avivou, deixando óbvio que merecemos mais gentilezas do que grosserias e transgressões não apenas no cotidiano material, mas também neste convívio online.
Sempre será importante refletir sobre o papel de personagens como Jojo Todynho no cenário contemporâneo, no qual todas as brechas na civilidade e sensibilidade humana alimentam o cio do fascismo.
Apesar de suas origens e características de minoria no Brasil, a influenciadora não adere a causas coletivas e fez da truculência sua marca registrada, que é alimentada por milhares de seguidores. O declínio da esperança só não é completo, porque apesar destas variáveis de brutalidade, as fadas sobrevivem.
Mesmo mutilada, Roseana desponta como flor renovada na haste da experiência e reafirma o compromisso com a escrita, apesar de ter arrancado o instrumento fisiológico usado para o manejo da magia.
Fica dito o quanto precisamos de quem incentiva a civilidade neste país afetado por tantos interesses, dentro dos quais luta a vida e seu cortejo de sonhos.
Que se recupere mais a cada dia, Roseana Murray!
Assim que terminamos este texto e publicamos, recebemos a segunda postagem da escritora Roseana Murray e obviamente, em sintonia com este universo de beleza em curso, reproduzimos com amor: