O plano municipal de redução de riscos, apresentado esta semana pelo vice-prefeito de Maceió e secretário de Infraestrutura Rodrigo Cunha, é a chance que a gestão JHC esperava para chegar próximo ao governo Lula sem, no entanto, dizer que é da base federal.
As portas do Ministério dos Transportes, de Renan Filho, estão fechadas para a Prefeitura. Não existe diálogo em ambos os lados sobre as obras necessárias para o trânsito na capital alagoana.
Cada qual toca a sua, um eixo metropolitano e uma estrada rasgando a parte alta. Vida que segue.
Então, a Infraestrutura de Rodrigo Cunha descobriu um outro atalho para chegar ao núcleo federal: projetos para as grotas.
Vieram esta semana a Maceió técnicos da Secretaria Nacional de Periferias, do Ministério das Cidades. Cunha apresentou seu plano municipal de redução de riscos, pondo na vitrine o programa Brota na Grota .
Só que o Governo Paulo Dantas tem uma iniciativa idêntica, o Vida Nova nas Grotas. E isso também leva a uma constatação: se o Vida Nova tivesse resolvido os problemas nos fundos mais profundos da periferia alagoana, não precisaria existir o Brota na Grota.
Há, porém, um detalhe sutil: o plano de Cunha será efetivado em parceria com o Serviço Geológico do Brasil, órgão federal que associou o afundamento do solo em bairros de Maceió às atividades de mineração da Braskem.
Estamos falando de muito dinheiro. Se a gestão JHC conseguir recursos federais para uma reformulação geral das grotas – as áreas mais vulneráveis da capital – o grupo do prefeito terá à disposição um capital eleitoral gigantesco.
E Cunha tem interesse nisso. Deve ser candidato a prefeito em 2027. Problema é o acordo fechado em Brasília entre os Calheiros, JHC e Arthur Lira, que pode barrar a empreitada por envolver as eleições de 2025 e 2027.
Alguém terá de montar na nau da trairagem, sempre atracada na política local e quebrar as regras. Será Rodrigo Cunha?