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Rodrigo Cunha antecipa: será pedra no sapato de Renan Calheiros

Rodrigo Cunha repete: Renan Calheiros não poderia permanecer na CPI da Covid nem antes (por ser pai do governador de Alagoas, possível investigado na comissão) nem depois de ter declarado suspeição parcial, pelo parentesco com Renan Filho.

Renan será o relator da comissão de investigação. Jair Bolsonaro movimenta as estruturas para retirá-lo da CPI porque ele é opositor do Governo Federal e por ser contra o colegiado, daí a pressão presidencial para a inclusão dos estados nas investigações, abrindo demais o leque e inviabilizando os trabalhos.

Por sua vez, os bolsonaristas fazem duas batalhas: uma nas redes sociais, de desqualificação do medebista; a outra na Justiça, para afastá-lo da relatoria.

Por isso, Renan Calheiros adiantou que não irá se posicionar ou falar sobre Alagoas na comissão, tarefa que deve caber ao outros 10 membros, se houver fatos a serem investigados.

Para Rodrigo Cunha, os fatos existem:

“Não existe suspeição parcial. Repito o que venho dizendo: para manter a imparcialidade da CPI da Covid, o senador Renan não pode ser o seu relator, simplesmente porque a investigação da CPI pode chegar em fatos relativos ao governo de Alagoas, onde Renan Filho é o governador. Esta afirmação de uma suspeição parcial desafia a inteligência do nosso povo. Não existe suspeição em fatias. Ou há suspeição, ou não há”, disse Cunha.

O senador é quem vai mostrar a necessidade de investigação da era Renan Filho. Porque Alagoas – assim como outros estados- compraram, pagaram, mas não receberam os respiradores vendidos pelo Consórcio Nordeste. Foram 80 aparelhos que deveriam ter ido para os hospitais, mas Alagoas não recebeu os equipamentos e apenas uma parte do dinheiro foi restituída.

Rodrigo Cunha não disse mas o Ministério Público Federal abriu, em julho do ano passado, investigação para a compra de respiradores tanto pelo Governo da Bahia quanto pelo Consórcio Nordeste

A Pulsar, empresa contratada para entregar 750 respiradores, não cumpriu os prazos e, em junho do ano passado, devolveu o valor de US$ 7,9 milhões investidos pelo Consórcio.

Mas o senador tucano disse que somente uma parte do dinheiro foi depositada.

Vamos lá: Rodrigo Cunha e Renan Calheiros estão em lados opostos na política alagoana.

Quando Cunha afastou a deputada federal Tereza Nelma da presidência municipal do PSDB/Maceió nas eleições, Renan fez um convite público para Nelma entrar no MDB.

Os embates continuaram com as críticas de Renan-pai à era JHC na Prefeitura de Maceió e, consequentemente, Rodrigo Cunha.

JHC é cotado para disputar o Governo em 2022, e isso não interessa aos Calheiros.

Assim como não interessa a Rodrigo Cunha que um nome calheirista seja o governador de Alagoas no próximo ano.

Cunha promete incendiar a CPI da Covid.

E Renan Calheiros é sobrevivente de todos os incêndios – até aqui.

 

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