Estou longe do Rio de Janeiro e das lágrimas que umedecem os lados de lá, mas sinto perto do meu próprio peito a mensagem de morte que ecoa, quando em uma calamidade é um “caveirão” que chega à comunidade.
O Estado mais perverso, que nega ambulância e bombeiro, reafirma mesmo em uma enchente que aquele povo não merece nem mesmo socorro decente!
O Brasil olha para o Rio de Janeiro, estarrecido outra vez!
Nem mesmo uma tragédia se acomoda no imaginário e outra violência se apresenta no cenário.
Solidariedade, ao Rio.
Aqui abro meu lamento e território para ecoar também a voz dos nossos irmãos:
” Via Buba Aguiar do Coletivo Fala Akari
Tô em SP num evento sobre direito ao protesto, ao mesmo tempo monitorando a situação calamitosa da minha favela, Favela de Acari. E aí chega a notícia de que o caveirão entrou.
A FAVELA DEBAIXO D’ÁGUA E OS CARAS MANDAM CAVEIRÃO
tô olhando pro alto aqui pra lágrima não cair.
Isso cansa demais.
O ódio só aumenta, mano, papo reto.
A única política pública que o estado faz chegar até a gente é a política do tiro de fuzil.
Teve lugar com água na altura da cintura e os caras entram com caveirão, mano… Não foi ambulância, bombeiros, defesa Civil, foi CAVEIRÃO
Conseguem enxergar a gravidade da violência disso?!”
