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Rio Largo: Como uma empresa de fachada mantem um contrato milionário com a Prefeitura?

No dia 11 de abril, o Grupo de Ação Estadual de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, foi às ruas com a Operação Ámos. O alvo era um esquema que desviou R$ 12 milhões dos cofres públicos na cidade de Mata Grande. Foram quatro empresas fantasmas contratadas para a locação de veículos, segundo o MP.

Entre as empresas está a Transloc Locação e Serviços. A mesma que assinou um contrato de pouco mais de R$ 2 milhões, em Rio Largo, na gestão da prefeita Maria Eliza, em 2016. E este mesmo contrato recebendo um aditivo, em maio do ano passado, de R$ 2,5 milhões, já com Gilberto Gonçalves à frente da Prefeitura.

Este contrato vence em maio deste ano.

Vai ser renovado? Não se sabe.

Como entender que uma empresa fantasma- conforme as investigações do Gaeco- abocanhou R$ 4,5 milhões dos cofres de Rio Largo e ninguém soube disso?

Veja material do MP, divulgado no dia 11

Gaeco desencadeia Operação Ánomos para prender envolvidos em esquema comandado por ex-prefeito de Mata Grande

O Grupo de Ação Estadual de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ex-Gecoc, do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL),começa com a Operação Ànomos, desencadeada na madrugada desta terça-feira (11), em Maceió e no interior do estado. Os policiais foram às ruas para cumprir sete mandados de prisões preventivas, mais cinco prisões temporárias, todas expedidas pela 17ª Vara Criminal da Capital, em desfavor do ex-prefeito José Jacob Gomes Brandão e mais onze pessoas envolvidas num esquema de corrupção que desviou mais de R$ 12 milhões dos cofres da Prefeitura de Mata Grande usando quatro empresas fantasmas para locação de veículos.

No esquema criminoso, os supostos proprietários das empresas Genilda Gomes Lima- ME (Ômega Locações), EP Transportes, Transloc Locação e Serviços e Marcelo Calado dos Santos- EPP (Albatroz), todas de fachada, celebravam contratos fictícios com a prefeitura de Mata Grande para a prestação de serviços de locação de veículos com o intuito de desviar recursos públicos. Segundo os promotores de Justiça do Gaeco, o desfalque feito nos cofres da prefeitura por Jacob Brandão, em dois anos, o equivalente a R$ 6 milhões, daria para efetuar a compra de 130 Sanderos.

Tais empresas concorriam nas licitações, venciam, e depois sublocavam toda a frota exigida pela prefeitura a pessoas físicas, geralmente parentes e correligionários do prefeito. Nos contratos, ficava um percentual de 40% para o pagamento de quem sublocava os veículos e 60% eram divididos entre o prefeito, o dono da empresa e possíveis atravessadores.

Ás prisões preventivas foram expedidas em desfavor de Jacob Brandão – ex- prefeito de Mata Grande, Daniel Cunha Ramos (cunhado de Jacob), Max davi Moura Rodrigues, Clériston Marinho Buarque,Carlos Henrique Lisboa da Silva, Antônio José Bento de Melo,Euzébio Vieira de França Neto e Petrúcio José da Silva Filho. Já as preventivas foram para Eustáquio Chaves da Silva, Sobrinho (ex- diretor executivo da Câmara de Vereadores de Mata Grande), Emernegildo Ramalho Mota (controlador da empresa Transloc), Genilda Gomes Lima – Ômega Locação e
Victor Pontes de Mendonça Melo- controlador da empresa Albatroz – preso pela terceira vez em fraude de licitação.

Algumas pessoas já foram presas e levadas para o Gaeco, mas a operação continua para o cumprimento de buscas e apreensão e outras prisões.

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