No dia 2 de dezembro, o Conselho Municipal de Políticas Culturais sentou-se à mesa para mais uma reunião. Onze conselheiros estavam presentes. Assunto: como será o ano de 2015, em uma das áreas mais badaladas na atual administração da Prefeitura da capital.
A certa altura dos debates, surgiu o inusitado: críticas à atuação da Fundação Cultural Cidade de Maceió e ao prefeito Rui Palmeira (PSDB). Ao prefeito, um palavrão impronunciável aqui, mas registrado em ata.
Problema era o acesso a informações sobre os editais da pasta da cultura. E a liberação de dinheiro aos grupos ou entidades da área.
Surgiram desabafos: divergências nas relações entre os integrantes do Conselho e a Secretaria de Finanças- ainda administrada pela secretária Renata Fonseca. Divergências entre conselheiros e Procuradoria Geral do Município.
Neste ponto da reunião, entra na sala o secretário de Cultura, Vinícius Palmeira. Tenta encontrar uma saída para os problemas nos editais.
Fala da crise financeira no município. Das dificuldades em se captar dinheiro dos empresários. Pede a apresentação de projetos porque será lançado edital com R$ 1,4 milhão para as entidades populares que trabalhem com cultura.
Ticiane Gomes- uma das conselheiras- não gosta das justificativas e xinga o prefeito. Cláudia Pessôa- então secretária de Turismo- sai em defesa de Rui Palmeira. Vinícius Palmeira fala que existe esforço para captar dinheiro para o São João do próximo ano com o empresariado. A mesma estratégia é usada em outros eventos do calendário popular. O que facilitaria a liberação do dinheiro dos editais.
Piora o clima entre os conselheiros.
Karina Padilha- outra conselheira- e Ticiane Gomes reclamam da demora da Procuradoria Geral do Município em autorizar os pagamentos.
Julian Gomes- outro integrante- declara existir uma diferença de tratamento, na Prefeitura, entre o artista local e o nacional.
“Para os artistas nacionais a PGM libera rapidamente as verbas, mas para os artistas locais existe uma grande morosidade”.
Sobrevêm novas defesas: são cumpridas as promessas de pagamento mas há entidades que apresentam problemas na documentação. O quê explica a ausência de dinheiro. Novas divergências.
A reunião termina.
Na prática, a palavra da Prefeitura de Maceió mostrou ter peso relativo. 2015 promete ser ano de aperto financeiro, declara Rui. E os artistas locais ou nacionais melhoram a popularidade de Rui Palmeira.
Pela reunião, a tática de explicar tudo pelo outros vem esgotando os seguidores do tucano.