Repórter Nordeste

Repórter Econômico: Vivendo e aprendendo

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José Jair Barbosa Pimentel- Dicas de economia para o dia a dia do consumidor

Vivendo e aprendendo
Desde que me instalei na zona rural de Viçosa, venho acompanhado o dia a dia do trabalhadores rural e sua família, que recebem dinheiro pelo que produzem na roça e através dos programas sociais do governo (Bolsa Família), respectivamente. É um mundo completamente diferente da capital onde vivo desde a segunda infância e continuo vivendo, mas há quatro anos, somente três dias por semana. Sinto Sinto a diferença entre a época em que vinha em férias, na infância e adolescência para a atual. São raros os trabalhadores rurais que precisam do dinheiro do patrão. Eles agora, arrendam parte das terras para trabalhar com o cabo da enxada, arando, plantando, cuidando, colhendo e vendendo o que produzem. É a a agricultura familiar, que garante o crédito rural com carência, para que todos possam sobreviver do que realmente produzem e vendem.

Criticar os programas sociais e o crédito rural, é uma insensatez, pura xenofobia que sempre existiu em nosso País e que a frase que repito: “A casa grande surtou porque a senzala aprendeu a ler”. Não é mais a senzala dos escravos que sumiram desde 1888, com a Lei Áurea, acabando com a escravidão, mas é a intolerância da classe média e superior aos pobres. Que não aceitam essa ajuda que o governo garante as mães para que os filhos frequentem a escola, de graça, com material escolar e merenda, transporte, tudo de graça. O Brasil saiu do mapa da pobreza absoluta que conviveu durante cinco séculos. Não tem como negar isso. Falo econômica e sociologicamente, apoliticamente. O Brasil continua sendo a sétima economia do mundo, continua exportando mais do que importando e a inflação vem sendo controlada. A crise que existe é meramente política.

Se todos fossem assim…
Faço minha parte! Aposentado (vagabundo como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso me tratava), resolvi colocar a disposição de uma comunidade carente do saber, minha biblioteca privada. São mais de 3.500 livros dos mais variados temas, que venho conseguindo conscientizar crianças e adolescentes a gostar de ler, pesquisar e ainda assistir as minhas aulas sobre ciências sociais. Passo très dias aqui nos cafundós da Viçosa, mudando a mentalidade de pais filhos e netos que nunca estiveram numa biblioteca (não existe na cidade), num museu e ainda aprendendo a pensar no futuro através dos livros e meus ensinamentos. Tudo isso, gratuitamente, prazerosamente, sem qualquer participação de políticos, que obviamente não entendem essa minha missão, e gostariam que todos continuassem analfabetos para comprar o voto deles.

Simplicidade, acima de tudo!
Tive uma queda brutal em minha renda em 2004, quando me aposentei pelo INSS (nunca fui funcionário público) e me conformei com o que ganho. Conscientizei minha família e todos entenderam que deveríamos viver de acordo com o que ganhamos. Mudei totalmente meus hábitos sociais, optando pela simplicidade, pelo amor ao próximo em geral, principalmente aos mais necessitados do saber, o que sempre transmiti como “ganha pão” na qualidade de jornalista e professor. Uma “guinada de 180 graus” em minha vida. Ao invés dos adolescentes dos colégios Marista, Santa Ursula Contato, os do ensino médio oficial dos Colégios Joaquim Diegues e Monsenhor Machado, de Viçosa. É minha missão.

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