Repórter Nordeste

Repórter Econômico: Economia básica

José Jair Barbosa Pimentel- Dicas de economia para o dia a dia do consumidor

Economia básica
Sempre defendi a exigência na grade curricular do ensino médio, a disciplina Economia, mas sem o “economês” das aulas na Universidade. E assim fiz durante todo o meu tempo de professor nos cursos técnicos de Administração e Contabilidade. Era obrigatória e com o nome de Economia & Mercado. Isso há 30 anos na então Escola Técnica de Comércio de Maceió, Colégio Guido de Fontgalland e Colégio Paulo VI, que não existem mais. Levava jornais para a sala de aula, abria o debate e todos os alunos se interessavam. Tinha a vantagem de dispor de tudo isso e usar a linguagem popular, por também ser jornalista.

Nos cursos pré-vestibular e no científico dos colégios onde lecionei, a disciplina no início era OSPB (Organização Social e Política Brasileira), substituída por Atualidades. Sempre enfocava a economia brasileira e mundial, orientava a ler jornais, revistas, assistir aos noticiários na TV e colocava-me à disposição para tirar dúvidas sobre determinadas notícias que eles não entendiam direito. Assim, permaneci em sala de aula de 1975 a 2003, acumulando com o jornalismo em redações e ainda assessorias de imprensa, tudo ligado a economia, minha formação acadêmica.

Desinteresse
Somente a partir da segunda metade da década de 1990, a Internet chegou à Maceió, mas para quem realmente podia comprar um computador. Continuei com minhas aulas práticas, com jornais e revistas. Mas aos poucos, o interesse foi desaparecendo e até mesmo a disciplina Atualidades, desapareceu do curriculum escolar, como se a nova tecnologia substituísse tudo. Os trabalhos escolares deixaram de ser pesquisados em livros, passando para a Internet, que já dava tudo pronto para entregar ao professor, sem que o aluno escrevesse nada, lesse nada. E tirava nota 10.

Tudo virtual
Imagine um professor formado virtualmente em curto prazo, com aulas via Internet, trabalhos já prontos, imprimidos e entregues ao professor. Ninguém se preocupa em escrever, bastando apenas usar o mouse? Mas esses “professores” encontram uma barreira: o concurso público, onde têm que demonstrar seu conhecimento teórico e prático. Assim é o assistente social, o pedagogo e outros formados. O mercado de trabalho quer experiência. O diploma é válido, mas apenas para “pendurar na parede”.

Escrevendo
O bom exemplo de que a caneta é muito mais importante do que o mouse, é a prova de Redação do Enem, para ter acesso às universidades federais. Muitos não conseguem a nota necessária para passar, exatamente porque se habituaram a não escrever, diante da tal linguagem cibernética utilizada nas redes sociais. Quem não ler livros, nem frequenta aulas diárias com um professor, jamais vai saber escrever corretamente.

Supletivo
Fazer o atual ensino médio (antigo científico) numa escola pública ou privada, exige-se três anos consecutivos de aulas com professores de todas as disciplinas da grade curricular. Mas agora pode se conseguir o certificado em apenas três meses. Cumprido isso, entra numa faculdade virtual e em dois anos já é “doutor” ou “professor”. Algum empresa ou escola vai contratar esse “profissional”? Claro que não. O mercado de trabalho é acirrado e exige acima de tudo, experiência, o que essas escolas não oferecem. É tudo “enlatado”, prontinho, bastando acessar a Internet e entregar ao professor.

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