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Renan tem dois planos: reeleição à Presidência do Senado ou Governo de Alagoas

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), trabalha um “plano B”, se ele não tiver votos ou apoio suficiente da presidente Dilma Rousseff na reeleição ao Senado. Ele será candidato ao Governo de Alagoas, se o projeto de reeleição estiver comprometido. Por enquanto, Renan está em relação de “paz e amor” com a imprensa e o Palácio do Planalto- apesar da briga em torno da aprovação de Medidas Provisórias (MPs), que o colocou em choque direto com o núcleo duro do Governo Dilma.

Então, por enquanto, Renan não será candidato ao Governo alagoano. E, também por enquanto, o senador Fernando Collor (PTB) vai deixando de lado o projeto de reeleição e apostando na vaga do Palácio República dos Palmares.

E Renan trabalha- no plano local- para buscar um vice. E ele deve ser do PT. Em mira, a superintendente do Porto de Maceió, Rosiana Beltrão, ex-presidente da Associação dos Municípios.

“Renan purificou-se”, disse um dos integrantes do grupo do senador. “Fez uma profilaxia, que começa de cima para baixo. De cima é em Brasília. Embaixo é aqui, em Alagoas. Se ele se juntar com Collor, sabe que o cenário muda. Collor é desprestigiado pela imprensa nacional”, contou.

Por isso, neste cenário, Renan se aproximaria do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que deve disputar o Senado. Acaso o cenário nacional não for favorável a Renan e ameace sua reeleição? A velha dobradinha- do passado- volta a atuar: Renan vai ao Governo e Téo, ao Senado.

E Collor? Sem Renan- e ele quer o presidente do Senado em seu palanque- o ex-presidente da República só teria como alternativa um insistente senador Benedito de Lira (PP), na disputa ao Governo. Os dois se uniriam, rachando o palanque palaciano dos aliados ao meio.

A aposta é no vice-governador José Thomáz Nonô (DEM). Para os integrantes do QG de Renan, ele nem vai confiar em Biu de Lira nem em Collor. E terminaria o Governo sem sair a nada no ano que vem, antecipando uma provável aposentadoria política- uma espécie de fim honroso a quem foi deputado federal por mais de 20 anos.

“O Biu não é confiável. E Collor? Pior”, resume um calheirista.

Galba, um vice

Construído para ser vice de alguém- possivelmente de Collor- o superintendente Federal da Pesca, Galba Novaes nem diz que sim nem que não.

“As eleições estão muito longe”, despista. “Nem sabemos quem será candidato a quê. O que vemos são dois grupos formados: Governo e oposição”.

E quem é o Governo e a oposição?

Galba volta a despistar.

“Só teremos esta definição de quem é Governo ou oposição em janeiro”, afirmou.

E Collor? Percebe a articulação montada para enterrar seu futuro político no próximo ano?

É ele quem responde.

“Não percebo articulação neste sentido. Pode estar havendo, mas não percebo. Não acredito que estas pessoas estejam participando de um processo como esse. A democracia é o mais importante, há espaço para todos e naturalmente no momento oportuno o povo irá decidir”.

E o que o senhor espera?

“Espero ser reeleito”

E o quadro para o próximo ano? Os ataques dos candidatos?

“Eleição sempre a gente espera que seja um processo democrático, tranquilo, mas sabemos que as paixões do processo eleitoral são desencadeadas de maneira que às vezes foge o nosso controle. Mas, o fundamental é que haja eleições e eleições limpas, sem fraudes, falcatruas”.

E Collor? Sendo candidato ao Governo?

“Collor candidato ao Senado da República”.

Collor o o governador se encontraram na semana passada, durante inauguração de um módulo para a construção de plataformas, que vão ajudar no pré-sal descoberto no Sudeste brasileiro. O encontro foi no Porto de Maceió.

Vilela explicou porque chegou ali de bengala: “Uma cirurgia no joelho”. Collor olhou em direção ao pé do chefe do Executivo.

Os dois sentaram para as fotos. Era um clima de tensão e paz e amor. Collor alfinetou Viela; e Vilela respondeu a Collor nos discursos.

Enquanto não chega a votação, eles vão se tratar assim: como inimigos cordiais.

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