Prestes a deixar o Governo, Renan Filho é uma liderança em derretimento, ao menos entre os deputados estaduais, a quem o governador faz mais e mais concessões em busca de apoio para tomar de Fernando Collor a vaga de senador.
É um acordo tão amplo que se discute até entregar obras inacabadas para serem inauguradas pelos deputados, via Governo-tampão. Um caixa com R$ 5 bilhões de presente aos deputados.
Renan Filho já entregou para a Assembleia a decisão sobre quem vai ocupar a vaga de conselheiro no Tribunal de Contas, do Quinto Constitucional do Tribunal de Justiça. Os deputados também terão poder absoluto sobre indicações nas secretarias.
Sobra apenas a vaga de vice governador-tampão que deve ficar com o secretário de Educação Rafael Brito.
O empresariado está preocupado. Como será o Governo onde quem manda são os deputados estaduais? Eis a questão.
Por mais que Paulo Dantas tenha as melhores intenções ou seu discurso se alinhe às necessidades da sociedade- a representação do mundo real- sua autonomia será mínima, ele disputará a reeleição, precisa de apoios e mais concessões serão feitas à Assembleia. É do jogo.
Enquanto isso e isolado no poder, Renan Filho repete os erros de Ronaldo Lessa e Teotonio Vilela Filho. Como os dois, não construiu um sucessor para chamar de seu; como os dois, inventou uma Alagoas entre as quatro paredes do Palácio República dos Palmares, ao som de uma claque.
Collor venceu Lessa e desestruturou o nome de Téo Vilela.
Foi fácil.