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Renan Calheiros busca quem pagou por mensagens falsas na pandemia; alvo é o gabinete do ódio de Bolsonaro

O senador Renan Calheiros (MDB) quer descobrir quem pagava para disseminar mensagens falsas durante a pandemia, incentivando o uso de medicamentos sem comprovação científica contra o coronavírus usando discurso muito semelhante ao do presidente Jair Bolsonaro, que fazia até propaganda de remédios.

Para isso, o relator da CPI da Covid se prepara para encaminhar ao Whatsapp pedido de informações sobre a campanha de fake news e as contas banidas pelo aplicativo.

Além disso, ele busca dados de outra CPI, a das fake news, que quebrou o sigilo bancário de empresários que, na Polícia Federal, são investigados por supostamente financiar disparos de mensagens em massa desde 2018. Um deles é o dono das lojas Havan, Luciano Hang, aliado de Bolsonaro, informa o UOL.

As conexões podem chegar ao gabinete do ódio, mantido no Palácio do Planalto, irrigado com dinheiro público e cuja atuação segue ignorada pelos principais órgãos de investigação no país.

Os bolsonaristas agem para retirar ou desgastar Renan Calheiros na relatoria da CPI da Covid. Eles atacam o senador nas redes sociais todos os dias; Bolsonaro, por sua vez, ameaça mover instrumentos do Estado como a Polícia Federal para investigar o governador Renan Filho (MDB). Segundo a revista Época deste final de semana chegou a circular um dossiê com o nome de Renan Filho na capa, com supostas denúncias com o governador. O próprio Bolsonaro em sua live semanal acusou o filho de Calheiros de irregularidades no uso de verbas para a pandemia.

Fato concreto: não há investigações abertas com o chefe do Executivo alagoano. Porém, há frentes abertas contra o governador.

O senador Rodrigo Cunha (PSDB) e o deputado estadual Davi Maia (DEM), que busca ser convocado para a comissão de inquérito, catam provas que possam incriminar Renan Filho e, por consequência, atingindo Renan pai, desestabilizando a condução da CPI.

Na pandemia, o Consórcio Nordeste negociou a compra de 300 respiradores pulmonares. 30 seriam entregues a Alagoas. Os equipamentos nunca chegaram. A mesma coisa aconteceu com os outros estados da região.

Alagoas e outros estados entraram com uma ação na Justiça baiana para a devolução do dinheiro com juros e correções monetárias.

Segundo Renan Filho, os respiradores foram comprados com dinheiro próprio, ou seja, dos cofres alagoanos.

Ele espera a devolução de R$ 4,4 milhões da transação.

As investigações apuram suposta prática de estelionato, dispensa de licitação sem observar formalidades legais e lavagem de dinheiro.

A Justiça da Bahia determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal da HempCare. A empresa teve bloqueio dos valores usados para a compra dos respiradores, além de pedidos à Unidade de Inteligência Financeira (antigo Coaf) para que se identifique a movimentação financeira dos réus na ação, que corre em segredo.

A CPI da Covid investiga o dinheiro repassado aos estados pelo Governo Federal durante a pandemia. Mas, segundo ficou definido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), isso não abrange o uso deste dinheiro nos estados.

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