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Relatório: EUA praticam tortura em sua guerra contra o terror

Um relatório produzido por um grupo independente com sede em Washington, divulgado nesta terça-feira, aponta que é “indiscutível” que os Estados Unidos praticaram torturas em sua guerra contra o terrorismo depois dos ataques do 11 de setembro de 2001.

O Projeto Constituição apresentou o documento em um painel co-dirigido pelo ex-subsecretário de Segurança Nacional e ex-parlamentar republicano Asa Hutchingson, e pelo ex-embaixador e também ex-parlamentar democrata James R. Jones.

O relatório de 577 páginas seria apresentado para a imprensa, em entrevista coletiva. No texto, afirma-se que apesar de ter havido brutalidades em todas as guerras em que os EUA se envolveram, nunca antes ocorrera “discussões detalhadas entre um presidente e seus assessores sobre a conveniência e legalidade de infligir dor e tormento a alguns detidos”.

O jornal americano The New York Times divulgou hoje algumas partes do relatório. O diretor-executivo do painel Neil A. Lewis, um ex-jornalista da publicação.

Segundo o documento aponta, o uso de tortura é injustificável além de garantir que “danificou a posição de nosso país, reduziu nossa capacidade para censurar moralmente a outros quando é necessário e aumentou o perigo para os militares americanos que possam ser capturados”.

Além disso, segundo o estudo, “não há provas firmes ou convincentes” que estes métodos de coleta de informação tenham produzido alguma informação mais valiosa do que as obtidas por outros meios.

O jornal completou dizendo que este relatório confirma outro do grupo Human Rights Watch, que revelou que dois militantes líbios foram submetidos pela CIA à tortura conhecida como “submarino”, em que os interrogados são asfixiados ao terem suas cabeças colocadas embaixo d’água.

O órgão de defesa afirmou muito tempo que só três prisioneiros, membros da rede Al-Qaeda, tinham sido submetidos a esse método.

O relatório inclui um relato detalhado de Albert Shimkus, que era capitão da Marinha de Guerra quando dirigiu um hospital para os presos em Guantánamo. O militar relata sua decepção quando descobriu o que considerou como maus tratos aos presos.

 

 

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