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Rei Arthur termina a semana com menos majestade

Arthur Lira encerra a semana menos todo poderoso em Brasília. A briga com o Senado além da pressão pelos restos a pagar do orçamento secreto junto ao presidente Lula resultaram em um movimento contrário ao lirismo: a criação de um bloco com MDB, PSD, Podemos, PSC e Republicanos.

São 142 deputados em partidos que juntos acumulam seis ministérios, com força no presente e no futuro próximos: a sucessão de Lira na Presidência da Câmara.

O governo diz que nada tem a ver com este blocão. É uma frase de duplo sentido: apesar do PT, PSB e outros partidos mais ligados ao núcleo duro do poder lulista não estarem nesta lista, essa reunião de partidos vem bem a calhar no instante em que Arthur Lira, além de atrapalhar alguns planos do Executivo, faz a defesa de um semi presidencialismo que, em verdade, significa transformar o presidente da República em figura decorativa, imagem e semelhança do que assistimos em Israel, a caminho de uma ditadura de extrema direita.

Lira, aliás, foi condescendente com uma série de erros e maldades na era Jair Bolsonaro: banalizou o mal ao arquivar centenas de pedidos de impeachment e relativizou o genocídio de brasileiros na pandemia.

Ao menos por enquanto, teremos um Arthur Lira menos nocivo na política brasileira. Porém suas articulações com o mercado além de pontes com Banco Central “independente” seguem no salão tocando a música do momento.

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