Redução de assassinatos em Alagoas divide o próprio Governo

A quantidade de pessoas mortas em Alagoas nos últimos quatro meses de funcionamento do plano Brasil Mais Seguro é motivo de divisão dentro do próprio Governo. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, os assassinatos não caíram no Estado. A versão é diferente para a Secretaria de Defesa Social.

Os números foram apresentados nesta sexta-feira, 26, em reunião do Gabinete de Gestão Integrada (GGI), presidido pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).

Pelos números da Secretaria de Defesa Social, em quatro meses, foram mortas 78 pessoas a menos que no mesmo período do ano passado, ou seja, de junho a outubro de 2011.

Para o secretário Dário César, essa redução foi de 11% em todo o Estado. 20% só em Maceió.

“Quem faz o número da saúde é o atestado de óbito. Quem faz o número da segurança pública é a policia. O que isso quer dizer? Quer dizer que no atestado de óbito, o médico não tem a leitura se houve homicídio, latrocínio ou suicídio. O médico pode colocar homicídio mas quem vai dizer que tipo penal foi é o inquérito policial, a investigação policial”, disse.

A superintendente de Atenção à Saúde, Sandra Canuto, contesta os dados. Relatórios mensais enviados pelos médicos da atenção básica à secretaria indicam que a segunda maior causa de mortes no Estado é o homicídio. As doenças do aparelho circulatório ocupam a primeira colocação.

Para a secretaria, o homicídio está entre 61% e 62% de todas as mortes por fatores externos.

“O Sistema de Informação de Mortalidade é alimentado através das declarações de óbito. Tanto óbito que ocorre no hospital ou óbito que ocorra na comunidade, que o médico da atenção básica é quem faz essa declaração de óbito e envia para a secretaria para que o dado seja colocado no sistema”, disse Canuto.

Para a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, os homicídios em Alagoas “estão em curva descendente”. Antes do plano, eles cresciam.