Não fazemos parte de fã-clubes organizados, não somos fanáticos por figuras públicas, e nossa escrita registra a fluidez com a qual transitamos neste mundo de escritas opinativas e análises da contemporaneidade no território da política, mas alguns posicionamentos analíticos nos aproximam ou afastam de multidões, e isto não é parâmetro para recuar naquilo que acreditamos.
Por esta razão, hoje é dia de falar em defesa da primeira dama do Brasil, a socióloga Rosângela da Silva, ou Janja, a perseguida mor dos resquícios bolsonaristas que imperam na grande imprensa brasileira. Esta imprensa (que infelizmente segue sendo cevada pelo governo Lula) não deixa um espaço mínimo para Janja ser considerada capaz em suas atuações. Sendo aquela mesma que naturalizava rompantes de incivilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas está agora fazendo um escarcéu por causa de um palavrão de médio efeito saído da boca de Janja.
O véu moralista que foi levantado chega mesmo a setores da esquerda, que estão utilizando as redes sociais para expressar sua grande decepção com Janja.
Da nossa parte, que também temos algumas decepções com o governo que apoiamos, no caso, Lula, fazemos questão de ressaltar que nenhuma delas advém de expressões verbais, mas de decisões, posturas e omissões do governo diante de situações palpáveis, sempre referentes aos interesses pontuais do nosso povo, e também nosso, que somos esse povo.
Gostaríamos de ver Lula defendendo os usuários de planos de saúde, que seguem à mercê das grandes empresas e cooperativas, sempre ávidas por lucro e sem compromisso com o pagante; também não estamos satisfeitos com a lentidão no trato com algumas promessas de campanha, principalmente aquelas que envolvem recuperação de direitos trabalhistas e valorização do trabalhador; criticamos a indiferença do governo federal para com a imprensa independente e pequenos veículos de comunicação (que na história registrada foram os únicos que enfrentaram a onda de intimidação e apoiaram desde “Lula livre” até sua reeleição), entre outras questões, inclusive as internacionais que envolvem a Venezuela e a Palestina.
Sim, nossas lutas cidadãs são baseadas em fatos. Não em moralismos burgueses.
Deste modo, reafirmamos nosso apoio a Janja, e garantimos a isenção ao apelo misógino da grande imprensa, louvadora dos palavrões de Jair Bolsonaro.