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Quem evangelizará os evangélicos intolerantes?

Qualquer cidadão, em uma democracia, pode e deve participar da política, pois ela é instrumento de melhoramento coletivo, quando utilizada com vistas a esta finalidade. Inclusive religiosos.

Sabendo que qualquer resultado contrário, ao bem comum é responsabilidade da condução dada, pois política em si, não é uma coisa ruim.

Agora devemos deixar claro, que em locais destinados à atuação política em caráter partidário, como parlamentos, centros e entornos de poderes representativos, não cabe religião, haja vista a necessidade de laicidade nos espaços públicos.

O Brasil é um país pleno de diversidade religiosa, e a supremacia de uma religião como oficial, haverá de ferir o direito e a legitimidade de outras tantas. Portanto, não cabe deslumbre neste campo, por parte de nenhuma igreja ou designação de fé.

Infelizmente, com a eleição de Bolsonaro segmentos evangélicos desejam se impor como modelos, utilizando para isso, o despejo cotidiano de ignorâncias, que também fomentam a intolerância religiosa, além de exibirem atraso moral e espiritual.

Tendo como alvo principal o espiritualismo, afetam as religiões de matrizes africanas corriqueiramente, sem respeitarem o sagrado da fé alheia, que em nada ofende as bases e as práticas do evangelismo, mas carrega a alcunha de maldição vinda da parte dos primeiros.

Liberdade de expressão religiosa não significa poder ofender a religiosidade de outrem. Mas ser livre para crer e respeitar a crença alheia, sem preconceitos e discriminações.

Por este motivo, nosso repúdio ao fundamentalismo religioso, que gera e alimenta intolerância, difundindo violências em nome de Deus. Este não deve ser o mote de religião alguma.

Nunca foi tão importante fundamentar a fé em conhecimentos e exercício conviviológico humanitário.

Assim como nunca foi tão necessário dizer aos evangélicos brasileiros que neste país mora a diversidade religiosa, portanto, qualquer eleito tem obrigação constitucional de respeitar todas as formas de crenças e expressões de fé, que coexistem neste território.

Portanto, já está mais do que na hora dos cristãos seguirem os exemplos de Cristo, amando uns aos outros assim como ele exemplificou, e a partir daí, deixarem o candomblé e a umbanda em paz.

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