Ícone do site Repórter Nordeste

Quem é o espírita que insiste em apoiar Bolsonaro?

Foi necessário vivenciar a eleição presidencial de 2018 para nos liberarmos do torpor doutrinário dos espíritas e percebermos em massa, que os espíritos se confundiam assoberbadamente na jornada do espiritismo no Brasil.

Obviamente enxergamos durante o percusso este ou aquele deslize atitudinal de dirigentes e cúpulas, mas sempre atendendo ao doutrinamento pacificador, fomos jogando para baixo do tapete estas percepções. Seriam induções espirituais sobre nossas fraquezas, no intuito de desestabilizar a casa? Talvez sim, e na dúvida, mantínhamos o anestésico da crítica em alto grau.

Eram concessões de privilégios ao público mais rico, e tudo muito caritativo! Afinal, não era somente o corpo que precisava de assistência, e nosso irmãos ricos não podiam esperar por muito tempo, pois o trabalho os chamava sempre com pressa. Diferente dos pobres, que necessitados do corpo e do espírito, passavam praticamente um dia inteiro esperando para garantir atendimento.

Grossos filetes de ódio de classe cozinhavam em fogo brando, nas falas contidas de dirigentes que pouco escondiam preconceitos, discriminações, corroborando muitas vezes com ações de descartes humanos pelo estado ou outras vias, em nome do carma justificador de dores impostas aos mais pobres.

Muitas demonstrações de incômodos com atitudes políticas mais populares, com ênfase na cidadania, foram percebidas por nós, sim! Mas em nome da pureza da aura, fomos refutando estas verdades, até que o mosaico se revelou formado e complexo, em nome da assepsia de classe e outras vertentes eivadas de moralismos, misturando doutrina espírita e senso comum na proporção das fake news.

Já era tarde para muitos! O deslize se transformou em motivo de exibição pública orgulhosa com tonalidade patriótica, em defesa de um Brasil à direita; mesmo que nesta enxurrada fossem levados os mais básicos princípios cristãos!

Era de ordem moral (forjada pelas orientações classistas) tirar o PT do páreo, nem que para isso tivesse que sobrepujar a Constituição e gerar uma prisão política, que envergonhará a história do país. Vimos com tristes olhares expoentes espíritas segurando cartazes em defesa do militarismo, com rostos rubros de paixões pelas representações da ortodoxia política.

Foi assim, que o Movimento Espírita se transformou em indutor do apoio a Bolsonaro, para salvar o país do Partido dos Trabalhadores; ignorando todas as baixas vibrações e posturas umbralinas do agora presidente, que até os próprios transtornos no uso das energias genésicas não escondia de ninguém.

Hoje é 26 de maio e brasileiros que apoiam Bolsonaro (apesar de tudo!) irão ás ruas em sua defesa.

Quem são os espíritas que estarão nos calçadões verde-amarelos?

Aqueles que não compreenderam nem mesmo os espíritos protetores, imagina o Cristo Redentor! Pois estarão defendendo mais do que armamento e incentivo à mortandade rápida e certeira, mas também fortalecendo políticas de maldades na retirada da assistência aos que mais precisam, como os velhinhos, usuários de medicação específica, os soropositivos e drogaditos.

Estarão fortalecendo a normalização da liberação de agrotóxicos, a contaminar abusivamente solo, água e ar! O retorno da livre caçada e até mesmo a permissão para invadir e explorar biomas marinhos, afetando todas as formas de vida em nome do mercado ávido e insaciável.

A lista de responsabilidades é tão grande, que para estes pseudos-esclarecidos espíritas, já não bastarão orações, mas a paciência divina e nosso imediato repúdio.

Sair da versão mobile