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Tiros em manifestação: Quem defende os direitos de um adolescente em Alagoas?

Na observação das multiformes expressões da violência local, essa aberrante característica que até orgulha alguns, percebo o lamentável silêncio das instituições que em tese representam direitos humanos e crianças e adolescentes em Alagoas, relativamente ao ocorrido no último protesto de estudantes, contra um adolescente de 16 anos.

Quem for observador atento vai perceber que aquele tiro foi muito mais do que um disparo. A força de destruição de um projétil consegue ir além do alvo material. É também uma reafirmação de força bruta, de intolerância, próximas da truculência que retrata nossa elite quando está incomodada com alguém ou algum fenômeno.

Assim sendo, aquele atirador enraivecido representa centenas de outros em potencial, que mantiveram-se contidos, mas aprovaram a atitude criminosa nas conversas largas das calçadas e em suas confortáveis poltronas.

Entendo essa faceta política antiga, e não consigo, por outro lado, justificar o silêncio sobre esse assunto por parte das eméritas entidades, sempre tão falantes nas tribunas oportunas.

A violação do direito daquele adolescente maceioense não deve ser apenas pauta para a imprensa.

A juventude que está nas ruas precisa de garantias para exercer a liberdade de expressão e assumir a legitimidade da luta social, como se predispõe a fazer.

Mais uma vez a omissão prevalece.

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