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Que sirva de lição

Edson Luiz- Correio Braziliense

Desde quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando um dos maiores casos já apreciados pela Justiça brasileira. Não apenas pelo número recorde de réus, mas também pela importância política do processo, que envolve figuras destacadas da vida pública do país, empresários e publicitários expressivos. O julgamento do mensalão pode ser um dos fatos mais relevantes dos últimos tempos, mas não é, certamente, o que mais marcará a imagem da Corte. Nos últimos anos, o Supremo tem mostrado algo mais do que estávamos acostumados a ver no cotidiano.

A Corte tem passado por momentos marcantes, analisado questões polêmicas que antes eram tratadas como assunto delicado, por vários motivos. Conseguiu se sair bem, mesmo enfrentando setores de diferentes tendências. Os ministros do Supremo têm conseguido lidar com as controvérsias de forma política, como vêm atuando hoje a maior parte dos magistrados brasileiros, que aliam essa tendência à técnica normal utilizada na análise dos processos. De certa forma, é uma maneira de modernizar a Justiça brasileira.

O julgamento do mensalão, com certeza, será mais uma inovação do STF, que, pela primeira vez, analisa um caso de tamanha magnitude. Os números o comprovam. Para se ter ideia, são mais de 600 testemunhas de acusação e defesa e 38 réus. O número de páginas passa de 50 mil e foram quase sete anos de tramitação. Portanto, está nas mãos do Supremo não só um caso importante, mas também uma prova de que a Corte tem uma tarefa que vai ajudar a mudar a história do Judiciário brasileiro que, por mais que receba críticas, está se modernizando.

E isso deve ser repassado para as Cortes de primeira instância, principalmente para os novos magistrados, que atuam no julgamento de casos de pequena magnitude, mas que muitas vezes mexem com a realidade de comunidades interioranas. Que as decisões do Supremo, não apenas em relação ao julgamento do mensalão, façam história Brasil afora.

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