Quase morte de juiz completa dois anos- sob risco de arquivamento

Marcelo Tadeu seria executado no lugar de advogado, na praia de Ponta Verde

reporternordeste.com.br

No dia 3 de julho de 2009, o advogado Nedson Freitas foi assassinado a tiros na praia de Ponta Verde. Próximo a ele estava o juiz, na época, da Vara de Execuções Penais, Marcelo Tadeu.

O crime, segundo o juiz, tinha um outro alvo: ele mesmo. Os detalhes foram montados: o advogado usava as mesmas roupas que ele, no dia do crime; um preso foi sondado para matar Tadeu, e recusou, ganharia a moto se aceitasse- e o advogado foi morto por motoqueiros. E o preço da execução era R$ 20 mil- valor da morte de um magistrado.

Dois anos depois do crime, o caso corre o risco de ser arquivado. Ele informou situação ao Conselho Nacional de Justiça, pessoalmente, a ministra Eliane Calmon.

Dados da Associação dos Magistrados de Alagoas (Almagis) apontam que nove juizes são obrigados a ter segurança 24 horas por dia, porque estão na mira do crime organizado.

São juizes como Hélder Loureiro, que ajudaram a desbaratar, em 1998, a gangue fardada- uma organização criminosa formada por policiais militares e que tinha licença para matar desafetos políticos da elite de Alagoas; ou o juiz Gustavo Lima, que em 2008 determinou o afastamento de deputados estaduais acusados de desviar R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia Legislativa.

No País, segundo dados da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), são 87 juizes sob ameaça de morrer.

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