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Quando o crime, o medo e a omissão se misturam

Nas atuais condições de violência, a participação de todos os setores da sociedade seria um refrigério ao alagoano, refém do medo e da desorganização na hora de combater o crime.

O exemplo poderia vir de cima. A contratação de uma empresa de táxi aéreo para a segurança da maior autoridade do Estado, o governador, é um aviso. O que vale para um não é o mesmo para todos.

A Flyone ficará à disposição de Vilela para voos no Estado. Foi a mesma empresa contratada pelo QG tucano para a reeleição do governador. E é a mesma empresa ganhando mais um contrato sem licitação.

O problema é a escalada dos assassinatos. Só em outubro, foram 183 homicídios, a maior média dos últimos quatro meses. Foi o terceiro mês de maior banho de sangue, só este ano, que acumula 1800 crimes violentos.

E daí?. Daí que os gastos com o Gabinete Militar do governador superam os do ano passado. Daí que a Assembleia Legislativa não abre mão de seus Pms, porque lá na Casa de Tavares Bastos eles são mordomos e motoristas fardados.

Daí que a sociedade vai continuar a abrir mão sempre, sendo orientada a segurar a bolsa, não usar o celular e sorrir quando a dor torturar.

E ao notar este nosso sorriso de cinismo, o poder público talvez possa supor que todo mundo, com o sangue na canela, é feliz.

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