PSTU, PCB e PSOL querem ‘frente da esquerda’ para enfrentar ‘caciques’ em Alagoas

O PSTU, PCB e PSOL estudam a formação de uma frente de esquerda para enfrentar o governador Teotonio Vilela Filho oposiçao(PSDB), o senador Fernando Collor (PTB), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) e o PT.

Em carta aberta, o PSTU denuncia os problemas na área fiscal e os casos de violência no Estado.

Veja carta aberta do PSTU

As eleições que acontecerão em 2014 serão marcadas pelos debates em torno dos alarmantes indicadores sociais do estado de Alagoas e dos altos índices de homicídios que nos assolam.

Durante os últimos 04 anos da gestão do Governador Téo Vilela (PSDB) as taxas de homicídios quase que dobraram e fizeram com que a capital alagoana se tornasse a mais violenta do país e uma das mais violentas do mundo. A violência também chegou às cidades do interior do estado, Arapiraca, Pilar, Satuba, Marechal Deodoro, Rio Largo e São Miguel dos Campos estão na lista das cidades mais violenta do país. Esse “fenômeno” é resultado direto da política do governo dos usineiros.

08 anos de Governo Téo: não existe vida

O PSDB passou oito anos à frente do governo e o resumiu a trágica letra: austeridade fiscal para os gastos sociais e bondosos benefícios fiscais aos setores do açúcar (desonerações). É dentro dessa tônica que as taxas de violência aumentam e são acompanhadas pelo caos e pelo descaso que reinam na educação e na saúde.

Desde o primeiro ano de seu governo, 2007, Téo diminuiu a arrecadação do ICMS das usinas. Em dados concretos: em 2007, o ICMS recolhido foi de R$ 60,3 milhões e em 2010 de apenas R$ 44,6 milhões, ou seja, uma queda de 25%. Para um estado com os piores índices sociais do país, fazer com que os ricos sejam os beneficiários da riqueza e benesses do estado é consentir que a população mais pobre sofra com os péssimos serviços públicos.

E foi exatamente o que PSDB e seus aliados fizeram. A cada ano aumentaram as taxas de homicídios. Alagoas ficou na última posição do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos, na sigla em inglês) em Leitura, Ciência e Matemática, e amarga as maiores taxas de analfabetismo do país. Na saúde falta o básico no atendimento aos doentes, além de não ter sido resolvido o histórico problema das superlotações, por falta de hospitais, maternidades e a péssima situação dos trabalhadores da saúde.

Ao mesmo tempo que mantem a rigidez com os gastos sociais, o governo se farta aumentando os gastos com banquetes luxuosos, além de aumentar o duodécimo da Assembleia Legislativa, que vive a rotina de escândalos e corrupção. Os indicadores sociais de Alagoas são comparáveis aos da África Subsaariana, e o PSDB está intrinsecamente ligado aos usineiros, que são os responsáveis diretos por essa miséria alagoana.

Em 2014, o PSDB pretenderá manter um dos seus aliados diretos no poder, seja apoiando os nada socialistas do PSB, o vice-governador Nonô (DEM) ou até mesmo o folclórico Benedito de Lira (PP). Dentro dessa tríade podemos esperar apenas mais miséria e desgraça para os trabalhadores e povo pobre.

O PT e sua opção com Renan, Ronaldo Lessa, João Lyra e Collor

O PSDB foi eleito com apoio de Renan Calheiros (PMDB) e Ronaldo Lessa (PDT). Naquela época, Téo era visto como um “usineiro do bem”, contra o “usineiro do mal” (João Lyra), agora as coisas se invertem e Téo é o “usineiro do mal”. Ronaldo já foi governador de Alagoas e não resolveu os problemas da educação, saúde e moradia, pelo contrário foi mais um dos aliados da elite alagoana. Renan, que tenta costurar sua candidatura ou a do seu filho ao governo, mantém uma oposição moderada ao governo Téo, mas não esconde que sua posição é pontual, ou seja, fará aliança com Téo e sua avó se for preciso. Mas por hora é com o senador Collor que mantém sua aliança.

Não existe opção com Ronaldo Lessa, Renan, João Lyra e Collor. Não existe uma nova via para Alagoas tendo estes como aliados, porque eles apresentam o mesmo programa que sempre governou Alagoas, são todos exploradores da classe trabalhadora alagoana e verdadeiros experts em rapinar o Estado.

Nesse cenário político, o PT cumpre um papel deprimente. De principal opositor aos usineiros passou a ser um dos principais apoiadores. Embalados na famosa frase de Lula que afirma que os usineiros são os heróis do povo brasileiro, o PT alagoano não é nem a sombra do partido fundado nas terras Caetés, em 1983. Hoje são vassalos de Renan e/ou Collor.

Frente de Esquerda e Socialista Contra os usineiros do PT e PSDB

A única possibilidade de oposição em Alagoas é a que tiver um programa socialista e dos trabalhadores. Nas eleições municipais tivemos um espaço importante ocupado pela esquerda. A eleição dos vereadores do PSTU Amanda Gurgel, em Natal (RN), e Cleber Rabelo, em Belém (RN), junto com a votação recebida por outros de nossos candidatos, como a de Vera em Aracaju (SE), mostrou que é possível apresentar um programa socialista e dos trabalhadores nas eleições.

Em 2012, Maceió vivenciou isto. A frente composta por PSTU e PSOL conseguiu ocupar um espaço importante, conseguimos romper a dicotomia dos grupos dos “usineiros do bem” e dos “usineiros do mal”. A campanha não contou com dinheiro de empresários e nem com acordo com os patrões, mostrando que é possível construir uma via alternativa de esquerda, dos trabalhadores e socialista.

O debate de uma alternativa de esquerda e da classe trabalhadora com um programa que rompa com a dualidade “usineiro do bem” e “usineiro do mal” deverá ser a tônica para superar a miséria alagoana. Junto com a juventude que em 2013 ousou ocupar as ruas e que balançou as praças, inclusive a Praça Centenário. Nesse sentido queremos reforçar o chamado, que já fizemos nacionalmente, ao PSOL e ao PCB para construir em Alagoas uma Frente de Esquerda.

Os usineiros e seus aliados já fazem suas articulações para 2014, fazendo o balanço do governo Téo apenas nas críticas a gerencia do estado, porque na prática tem o mesmo programa e o mesmo modus operandi. Queremos construir uma Frente classista, anticapitalista e que tenha um programa socialista para Alagoas, rompendo com o poder da cana-de-açúcar e de seus aliados. Essa é a única forma de governar para os trabalhadores, a juventude e o povo pobre que sofrem com o secular poder dos usineiros.

2 respostas

  1. O estado precisa de bons projetos. Essas alianças políticas devem se fechar para o desenvolvimento social e econômico de Alagoas. Acredito que o senador Collor venha a fazer boas parcerias com essa finalidade. O povo precisa de união pró ao estado.

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