Odilon Rios
reporternordeste.com.br
É com duas promessas que o Governo quer matar a falta de explicação sobre as denúncias, envolvendo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes- acusado de corrupção passiva em reportagem veiculada este final de semana, pelo jornal O Estado de São Paulo.
LOG teria negociado dívidas de empréstimos consignados do Governo Ronaldo Lessa com o pagamento de uma parte deste dinheiro- desviado para o caixa de campanha do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Através da troca de e mails, o encontro aconteceria no dia 24 de agosto de 2010, em São Paulo. E neste dia, o Governo pagou uma diária e meia para São Paulo, a Luiz Otávio Gomes.
Para estancar a hemorragia, o Governo classifica o caso como “ilação”.
E, em uma cirurgia de emergência, o Executivo escala seus principais personagens para ressuscitar a instalação do estaleiro Eisa- com várias datas de inauguração, a mais nova agora em março- e promete a construção de mil casas aos desabrigados das enchentes até o final do ano.
Há motivos para se perceber que a estratégia serve para desviar o verdadeiro problema.
Contra a fome, a promessa de comida.
Antes das denúncias contra LOG, o Governo falou sobre as casas da Reconstrução em 17 de outubro. E prometeu que o Estado vai arcar com três mil casas- antes o vice-governador José Thomáz Nonô (DEM) disse que elas seriam pagas pelos futuros mutuários-e definiu-se uma reunião com a bancada federal em Brasilia- o encontro aconteceu nesta terça- para discutir o assunto.
Data e quantidade de casas a ser entregue? Nada definido. Pós-denúncias, Nonô promete, nesta terça, mil casas até o final do ano.
Também antes das denúncias, o próprio empresário German Efromovich prometeu, no dia 2 de setembro, que o Eisa sairia até dezembro- dependendo da licença do Ibama.
Pós-LOG, a promessa é recauchutada. Vai para março.
O falatório emocinante mostra a preocupação do Governo quanto ao episódio Luiz Otávio Gomes.
Tanto que, nesta terça-feira, um boato rondou os corredores do Executivo: o de que LOG havia sido preso, por ordem da Polícia Federal.
O próprio Governo mostra que existem problemas mais graves, atrás das denúncias do principal secretário da segunda era tucana. As promessas desajeitadas ilustram bem os exercícios de retórica de tucanos e demistas.
