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Príncipe de AL é criticado por votar ‘sim’ pela reforma trabalhista

Pedro Vilela: apenas a beleza não sustenta um parlamentar

O deputado federal Pedro Vilela (PSDB) é um selfie dos herdeiros dos antigos engenhos de açúcar, isso antes (bem antes) das usinas industrializarem a produção do produto que adoçou o lombo dos escravos até a abolição e ainda hoje transforma canaviais alagoanos em uma repetição do passado de precarização do trabalho e reprodução da miséria.

Vilela-sobrinho é herdeiro da usina Seresta, que acumula ao menos uma dezena de reclamações no Ministério Público do Trabalho. Cinco anos atrás, a usina era a maior devedora de energia elétrica via Ceal. Pendurava-se em liminares para que os alicates da companhia de luz não agissem, como aliás agem contra os meros mortais, como você e eu.

Mas, Pedro Vilela, um príncipe (não o de Maquiavel), confrontou-se com o calor das ruas esta semana. E percebeu que o mundo real não é uma grande roda de moer cana, porém, tem suas complexidades, suas relações de trabalho vão além do barracão da usina.

Ele votou a favor da cruel proposta de reforma trabalhista, relativizando a CLT.

O jovem deputado foi coerente. Também os donos de engenho e seus príncipes herdeiros não eram a favor da abolição da escravatura.

Pelas redes sociais, Pedro Vilela tentou retirar a responsabilidade de si mesmo: “as redes sociais prestam um desserviço à população quando viralizam informações falsas”; “me posicionei por um Brasil mais moderno, mais previsível nas relações de trabalho, com o cuidado de em cada votação, preservar os direitos dos trabalhadores. Votei também pela necessidade de o Brasil gerar mais empregos”; essa gente [refere-se aos 14 milhões de desempregados] não pode ser ignorada e mudanças na lei se fazem necessárias para gerar novos postos de trabalho formal”. 

Os internautas- que estão fora do partido da cana- não acreditaram em Pedro.

Assim como é difícil acreditar em Pedro quando ele se diz “independente em relação a esse Governo e tenho sérias críticas a ele”.

Logo ele, do PSDB, partido que está em todos os cômodos da era Michel Temer. E ele mesmo, Pedro, eleito em 2014, montado lado a lado a representantes alagoanos de Dilma Rousseff e Michel Temer.

Como ser crítico de um Governo se os tucanos bicam alguns nacos da máquina pública federal?

Pedro Vilela- assim como Arthur Lira e Nivaldo Albuquerque- mostram o quanto o eleitorado brasileiro empobrece a cada votação.

E ajuda a eleger parlamentares que são apenas herdeiros. E não passam disso.

pedrovilela

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