Primeira usina térmica do Nordeste fica em Alagoas

Com o aproveitamento da palha, a geração por tonelada de cana processada sobe de 80 kWh para R$ 145 kWh. A térmica está 59% concluída e deve ser inagurada em setembro deste ano. O investimento na usina é de R$ 125 milhões

Diário de Pernambuco

O Nordeste terá sua primeira usina térmica de biomassa, movida a bagaço e palhiço de cana-de-açúcar. A usina tem capacidade instalada de 53MW, o suficiente para abastecer consumo de 1,7 mil famílias por ano, e está sendo erguida no município de Teotônio Vilela, em Alagoas. Com o aproveitamento da palha, a geração por tonelada de cana processada sobe de 80 kWh para R$ 145 kWh. A térmica está 59% concluída e deve ser inagurada em setembro deste ano. O investimento na usina é de R$ 125 milhões.

Nas usinas da região que possuem térmicas, o usual é gerar eletricidade somente a partir do bagaço, já que a palha é perdida nas queimadas que antecedem o corte manual. Isso porque, para aproveitar a palha, a colheita precisa ser mecanizada. No entanto, como a maior parte das plantações está em terrenos com relevo irregular, há uma dificuldade de colocar máquinas para realizar esse trabalho, como já ocorre em maior escala nas usinas do Centro-Sul. Em Pernambuco, pode-se desenvolver algo semelhante, se vingar o projeto de plantar cana entre o Araripe e Petrolina, a partir da conclusão da transposição do Rio São Francisco. (área plana)

Mecanização

Ao contrário da Zona da Mata, esta área é plana, como o terreno da usina em Teotônio Vilela, permitindo a mecanização, conforme explica José Romero Rego, diretor comercial da Areva Koblitz, empresa que está construindo a térmica. Segundo o diretor, a usina em questão não tinha recursos para implantar a mecanização da colheita, nem para construir a térmica. A implantação se deu a partir de uma parceria com a BEN Bioenergia, de propriedade da Hidrotérmica, braço de investimentos em geração de energia do grupo gaúcho Bolognesi. “A empresa vendeu a energia elétrica deste projeto no Leilão de Reserva de 2008. Em troca do investimento na mecanização da colheita, vai operar a térmica por 20 anos e terá a disposição a palha e o bagaço gerados na usina”, explica José Romero Rego.

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