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Pressão para 'CPI Cachoeira' aumenta no Congresso

Jornal Nacional

Partidos do governo e da oposição agora apóiam a criação de uma CPI para investigar a ligação de parlamentares com Carlinhos Cachoeira. A investigação daPolícia Federal sobre a quadrilha derrubou, nesta segunda-feira (9), o superintendente do Incra no Distrito Federal.

Marco Aurélio Bezerra da Rocha foi afastado do cargo por 30 dias, segundo o Incra, para não atrapalhar as investigações. Ele é suspeito de ter recebido propina de Carlinhos Cachoeira. O bicheiro queria regularizar quatro mil hectares de uma área de proteção ambiental em Brasília, para construir um aeroporto.

Cachoeira foi preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, que também mostrou gravações envolvendo o senador Demóstenes Torres. Nesta segunda-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, relator do processo contra Demóstenes no Supremo Tribunal Federal, negou um pedido de compartilhamento dos dados sigilosos do processo com o Senado.

Com a negativa, cresceu a pressão para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que poderia ser só no Senado ou mista, já que existe a denúncia do suposto envolvimento de deputados federais. Segundo os senadores, o Supremo não teria como negar os documentos da Operação Monte Carlo a uma CPI.

A ideia já foi apoiada por parlamentares de diversos partidos. “É impossível fazer uma investigação com a responsabilidade devida sem ter acesso aos documentos que, a princípio, estão sendo negados”, diz o senador Wellington Dias (PT-PI).

“Nós estamos autorizados a imaginar que figurões estão protegidos por esse sigilo. A alternativa que nos resta é a CPI”, diz o senador Álvaro Dias, líder do PSDB-PR.

A eleição do novo presidente do Conselho de Ética do Senado, que também vai tratar do caso Demóstenes, está marcada para essa terça-feira (10).

O senador Vital do Rêgo, indicado pelo PMDB a concorrer à presidência do Conselho, e atual corregedor, disse que há incompatibilidade entre os dois cargos: “Eu posso advertir ou censurar um colega meu na condição de corregedor. E como essa censura ou essa advertência vai ao Conselho de Ética, em que situação eu tenho para julgar esse meu colega que eu censurei?”.

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