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Presa pela PF, filha de Cícero Ferro acusa federais por sumiço de cartão

 

taciane

Presa por agentes da Polícia Federal na Operação Taturana, em 2007, acusada de integrar a quadrilha que desviou R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia Legislativa, Taciane Ferro, filha do suplente de deputado (no exercício do mandato) Cícero Ferro (PTB), tenta, na Justiça, transformar-se em vítima.

Ela move ação contra a União por danos morais e materiais.

Segundo ela, no dia da operação, sua bolsa, que ficou com os federais, teve um cartão de crédito furtado e usado para compras, sem sua autorização.

Diretamente, ela não acusa ninguém. Mas deixa claro, na ação que move na Justiça Federal, que “sua bolsa e seus pertences foram transportados e guardados por agentes da PF/AL”. Para não dizer que os próprios agentes da PF usaram o cartão de crédito, ela fala em “omissão” na guarda dos pertences.

Ela quer indenização, ou seja, dinheiro para supostamente reparar o dano que sofreu. Mais: reclama ter sido algemada, com as mãos para trás, apesar “de seu comportamento, que alegou ter sido colaborativo”; além de ter de usar o banheiro algemada.

O juiz federal Sebastião José Vasques de Morais, da 4ª Vara, negou o pedido de indenização. Taciane Ferro não provou que levou o cartão de crédito na bolsa.

Duas testemunhas disseram ao juiz que a filha de Cícero Ferro segurava a bolsa o tempo inteiro “com firmeza” e entregou a documentação, ela mesma, ao escrivão. O juiz também não viu abuso no uso de algemas.

Ela contestou a decisão do juiz federal. No dia 8 de março, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, Vladimir Souza Carvalho, põe, em plenário, na 2ª Turma o recurso dela.

Taciane, em verdade, Thacianny da Rocha Ferro Jatobá, 36 anos, foi presa em 6 de dezembro de 2007. Segundo as investigações da Operação Taturana, movimentou R$ 1,9 milhão e declarou-se, em 2004, isenta de pagar imposto à Receita Federal, ou seja, naquele ano teve rendimentos menores que um salário mínimo.

Em 2005, informou renda de R$ 18,7 mil.

Apesar de esconder da Receita Federal seu milhão, conforme apontam as investigações da PF, Taciane Ferro insiste em mostrar à Justiça Eleitoral estar sob voto de pobreza. Em 2012, concorreu às eleições à Barra de São Miguel para a Prefeitura. Naquele ano, declarou não ter bens.

Porém, diz o inquérito da PF, Taciane era uma das 11 laranjas do pai. Cícero Ferro, hoje suplente no exercício do mandato, desviou, em cinco anos, R$ 25 milhões.

Também eram laranjas: Fábio Jatobá, que era casado com Taciane; Eladja Ferro (esposa de Cícero); Jailson Ferro (primo); José Ivaldo Ferro (primo), cinco assessores e o motorista.

 

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