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Prefeito de cidade falida gastou R$ 90 mil com 21 estátuas exóticas

Em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, o descontrole dos gastos públicos provocou revolta na atual administração municipal. Mesmo com um passivo de R$ 51 milhões, que provocou a interrupção do pagamento de 450 contratos de fornecedores, a prefeitura não sabe o que fazer com o último lote de uma encomenda de 21 esculturas de concreto de animais exóticos compradas pelo prefeito anterior, a um custo de R$ 90 mil.

— Isso é só uma mostra do descontrole e do descaso a que chegamos. Tantas necessidades que temos e ainda me chegam essas estátuas que nem sei onde vou colocar. Esse dinheiro não poderia ter sido gasto assim — lamenta o prefeito Guilherme Pasin (PP).

As imagens de uma zebra e de um elefante, além de uma representação do deus Baco, foram descarregadas no almoxarifado da prefeitura há cerca de 15 dias. As esculturas fizeram parte de um Termo de Compensação Ambiental determinado pelo ex-prefeito Roberto Lunelli (PT) a duas vinícolas da região. Segundo Pasin, foram encomendadas sem licitação e ficaram a cargo de um mesmo artista da vizinha cidade de Gramado. As outras 18 estátuas, entregues ainda na administração de Lunelli, estão em praças da cidade.

Pasin conta que precisou reduzir drasticamente as despesas municipais para evitar uma moratória por parte da prefeitura. O decreto que suspendeu os pagamentos de fornecedores por 180 dias excluiu os serviços essenciais e não envolveu salários de servidores. Os contratos em análise, segundo o atual prefeito, apresentam “graves suspeitas de irregularidades”. O ex-prefeito e mais três servidores foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público por prevaricação e fraude licitatória.

Segundo a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, de 350 administrações que responderam a uma pesquisa da entidade, 30% disseram ter encontrado as finanças municipais com déficit no início deste ano.

As informações são do O Globo

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