A pré-candidatura de Rafael Brito acumula problemas internos que vão muito além da ausência (por enquanto) de um vice indicado pelo PT.
Brito não consegue sequer mostrar a própria liderança, para colocar em prática um plano abrangente de remodelar a gestão em Maceió, algo que possa se opor à proposta conservadora do prefeito JHC, hoje com uma vantagem de dois anos na disputa ao Governo, lá em 2026.
Também não diz como vai colocar em prática seu plano.
Faltando menos de uma semana do início do prazo das convenções, sequer são públicas as peças principais do plano Brito. Quais as políticas para mexer na vida da cidade? O que fazer com os bairros afundando? Como aprovar um novo plano diretor quando imobiliárias e construtoras apostam no caos de um lugar a cada dia mais intransitável? O que fazer com o Centro de Maceió? Os prédios abandonados na avenida Fernandes Lima?
Lógico que tudo isso é diretamente ligado a uma pré-candidatura que tenha planos, ideias e, no mínimo, se leve a sério.
Por que, afinal, o maceioense trocaria um prefeito bem avaliado, segundo o Paraná Pesquisas, se o nome da oposição não demonstra liderar o próprio time?
Ao se tratar como um candidato sem autonomia, Rafael Brito deixa para os líderes de sua pré-campanha, diálogos e detalhes sobre seus projetos para Maceió.
Nas ruas da capital alagoana, outdoors associam o parlamentar ao Cartão Cria. Seria um bom indicador de popularidade, se o programa não enfrentasse atrasos (e as muitas reclamações) nos pagamentos.
O anúncio de obras federais ao lado do ministro dos Transportes Renan Filho foi em um gabinete refrigerado do Dnit, à beira mar da praia de Pajuçara, longe da Maceió real que o MDB pretende denunciar no guia eleitoral.
Quase todas as decisões sobre o presente e o futuro de Maceió passam pelas mãos do prefeito. Nenhum deles- nem JHC- conseguiram implementar uma politica apartidiária, com quadros técnicos capazes de colocar em prática uma agenda política.
Com uma pré-campanha sem plano e liderança, a esperança do MDB é a mágica do marketing para levar a eleição ao segundo turno. Sim, e por incrível que pareça, isso é uma ideia de quem não tem ideia nenhuma.
