Por que viaturas não garantem sensação de segurança?

Isso significa que a união dos segmentos, no combate à violência, funciona. Mas, a pergunta é: e o porquê de não ser assim?

A entrega de 35 viaturas nesta sexta-feira é mais um capítulo da longa novela- quase um seriado ou uma odisséia- que tenta neutralizar os números da violência ou a onda de insegurança espalhando-se pelas ruas, de Limoeiro de Anadia a Maceió, de Arapiraca ao Sertão, de Piranhas- terra do desembargador Washington Luiz, que viu dois assaltos a bancos na prefeitura gerida pela filha, Melina Freitas- até os extremos do Estado, sem fiscalização em suas fronteiras, sem controle no avanço de armas, sem corregedorias das polícias dispostas a eliminar a banda podre de suas entranhas, sem controle para a entrada do crack- uma droga que não é fabricada em Alagoas, mas circula sem tantas dificuldades.

Sem uma rede de proteção social, com uma defensoria pública abarrotada com 90% da população alagoana sem serviços de saúde, um Judiciário lerdo- em que sete a cada dez presos não foram julgados, com 500 presos espalhados em delegacias- e o mais atual discurso de que é a União quem trará as soluções aos problemas locais- via Ministério da Justiça- a pergunta que se levanta é: viaturas, policiamento nas ruas, helicópteros ajudam a diminuir a sensação de insegurança no Estado mais violento do Brasil?

Claro, a torcida é por uma gestão eficiente. Mas, a eficiência deve ter um objetivo: segurança pública, um dever do Estado, para o cidadão.

Há exatos oito dias, Nivaldo Albuquerque- filho do vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Antônio Albuquerque (PT do B)- foi atingido por quatro tiros. Em uma semana, um trabalho conjunto das polícias e do Gecoc solucionou o caso.

Isso significa que a união dos segmentos, no combate à violência, funciona. Mas, a pergunta é: e o porquê de não ser assim?

A resposta foi dada por um promotor, em reservado: “Não é fácil unir todo mundo”.

Logo, unindo todos, o resultado da violência será o que se viu nesta sexta-feira: o retardo da criminalidade.

E porque não é fácil unir todo mundo?

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