No momento em que setores pedem mais subvenções- como o da cana-de-açúcar- por que não se discutir uma renda básica para todos os brasileiros?
Essa pauta não é mais importante que a universalização do porte ou posse de uma arma?
Eduardo Suplicy, economista, ex-senador e hoje vereador de São Paulo pelo PT, diz que os tempos de pandemia são o momento ideal para discutir a renda básica a todos os cidadãos.
Segundo ele, a proposta acabaria com a pobreza no Brasil.
Mas, a renda básica universal esbarra nas prioridades em Brasília.
“Uma renda básica modesta, de R$ 100 por pessoa por mês,daria R$248 bilhões por ano.E,desde 2013, os incentivos fiscais dados pelo governo federal a empresas ultrapassam R$ 300 bilhões ao ano. Enquanto isso, o orçamento do Bolsa Família é de cerca de R$ 30 bilhões anuais. Ou seja, ao invés de transferirmos recursos para os que ganham mais,porque não pagarmos para todos?” , disse, na Folha de São Paulo desta segunda-feira.
E a quem pensa que a renda básica conduziria o brasileiro para a vagabundagem ou ao ócio, lembremos que os usineiros, historicamente, são fartamente beneficiados pelos cofres do Estado. Seus herdeiros até defendem um livre comércio de araque, porque eles querem mesmo o Estado para si. Como eram nos tempos do Instituto do Açúcar e Álcool, que fechou de podre e cuja história faz inveja a do sepulcro caiado.
