Há cálculos políticos difíceis de entender. Ou cujas regras são poucos conhecidas da maioria de nós, cidadãos comuns, pagadores de impostos e sob expectativas de respostas óbvias das autoridades.
Mensalmente o governador Paulo Dantas atrai a atenção dos alagoanos para anunciar queda nos índices de homicídios.
Objetivo, lógico, é passar a mensagem de controle das autoridades no combate a violência. Sensação de segurança atrai, também, votos, oferta credibilidade ao calheirismo.
Grupos não se sustentam no ar. Precisam do chão duro das regras do capital. Precisam de empresários, lideranças. Em resumo: dar resultados.
Nem sempre, porém, as peças se encaixam.
O mal histórico da pistolagem, por exemplo.
O delegado – nas horas vagas deputado federal- Fábio Costa vai às redes sociais para detalhar que acusado na morte do empresário Kleber Malaquias foi transferido para presídio federal.
Conclusão dele: “Ministério Público e a PF acreditam que há mandantes poderosos envolvidos nesse caso covarde”.
Fabio Costa poderia contribuir dando nomes, detalhes. Não o faz porque também aposta na tensão, no medo, o caos que lhe atrai votos.
Mas o governador Paulo Dantas jamais deveria municiar a oposição com uma informação tão importante sobre mais um crime de pistolagem. Se Dantas falasse, teria para si o controle da narrativa. Sem entregá-la aos entalhes da extrema direita.
É o que está acontecendo no caso Adriano Farias. Corre nas ruas de Junqueiro o nome do assassino e do mandante. Dois estão presos, quem mandou matar segue solto. Por que?
Eis a questão, desafiando o governador. Palavras e ações devem se fundir. Ou a popularidade não ajuda a eleger nem um vereador na capital.









