Nas últimas semanas, o papel de Paula Dantas na Secretaria Extraordinária da Primeira Infância ganhou uma irrelevância quase absoluta. Quase porque o Governo lembrou dela na inauguração da nova sede do PSB em Maceió, ação, convenhamos, bem distante do papel que ela deveria ocupar: definir metas para a erradicação da fome.
“Uma gestão séria prioriza a erradicação da pobreza. Especificamente no nosso universo, que é a primeira infância, temos contribuído por meio do Cartão Cria, mas queremos mais. Por isso, as creches, as vacinas para assegurar o direito à saúde das crianças e a nossa obstinação para fortalecer a rede” disse a secretária, de Nova York, onde esteve a a convite, na sede das Organizações das Nações Unidas (ONU).
De lá para cá, Paula teve ações esvaziadas. O ápice foi ontem: de Brasília, o governador Paulo Dantas anunciou, ao lado do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Social “que o Programa de Aquisição de Alimentos Leite (PAA Leite) desenvolvido pelo governo de Alagoas é prioridade do ministério. Segundo ele, o Estado dá um grande exemplo de fortalecimento da agricultura familiar, o que faz do Programa do Leite uma prioridade federal”.
No mesmo dia desta reunião, Paula Dantas, em Maceió, inaugurava a nova sede do PSB. Estranha prioridade.
Mas em Brasília estava o vice-presidente do PSB Vitor Pereira, secretário de Governo, personagem palaciano da maior confiança do governador. Isso num anúncio que deveria ter importância.
Falamos de números: o Bolsa Família, ação de erradicação da pobreza tocada pelo governo federal, atende meio milhão de pessoas em Alagoas. Investe R$ 300 milhões por mês. Isso no Estado que lidera em porcentagem de famintos no país: 3 a cada dez pessoas.
No âmbito estadual, Paulo Dantas quer ampliar as escolas em tempo integral, terminar a construção de 200 creches pelo programa Cria, abrindo 40 mil novas vagas para crianças e 10 mil novos empregos.
Por que Paula Dantas foi deixada de lado (ou quis ser) neste contexto?
Mistérios palacianos.
