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Por que o Tribunal de Contas silencia sobre funcionários enrolados na Rodoleiros?

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Por que mesmo constando na Ação Civil Pública, movida pelo Ministério Público Estadual no dia 13 de março, e a prisão na primeira etapa da Operação Rodoleiros, em 20 de outubro de 2011, funcionários direta ou indiretamente implicados nas investigações levadas adiante pela Polícia Federal não sofreram nenhuma sanção da presidente do Tribunal de Contas, Rosa Albuquerque?

Dêvis Portela de Melo Filho era diretor financeiro do TC quando o esquema foi descoberto. Ele é casado com Renild Bulhões Barros Portela de Melo, servidora do TC, filha do ex-presidente do tribunal e hoje prefeito de Santana do Ipanema, Isnaldo Bulhões.

Ele aparece 15 vezes no relatório final de outra operação da Polícia Federal, a Taturana. Era diretor financeiro da Assembleia nos anos 2001 e 2002. É chamado de operador financeiro porque entregou a deputados estaduais R$ 2,6 milhões (exatos R$ 2.610.545,84) integrantes do esquema, entre eles, o deputado João Beltrão, pai do ministro do Turismo, Marx Beltrão, além do deputado federal Paulão.

Dêvis é lotado no gabinete da conselheira Cleide Beserra, esposa de Celso Luiz, ex-prefeito de Canapi, um dos dois deputados chamados de líderes da organização criminosa que desviou R$ 300 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa.

José Barbosa Pereira era Diretor de Pessoal do TC. Hoje, está em vias de aposentadoria.

O esquema tinha a participação também de José Barbosa e o filho dele, Kleyner Robson Duarte Barbosa.

“O esquema em questão, que abrange extenso cabedal de ilicitudes, tem tentáculos operativos cujas condutas praticadas se desenvolvem tanto no âmbito penal quanto civil, motivo pelo qual sobre seus agentes incidem as disposições da Lei Nacional nº 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa”. Eis o que escreve o Ministério Público, a respeito das condutas de Dêvis, Barbosa e Kleyner.

Rosa Albuquerque está em São Paulo. O Tribunal de Contas guarda uma tradição: o silêncio quando um problema incomoda demais. É uma tática usada pela Assembleia Legislativa logo quando estourou a Operação Taturana em 6/12/2007.

O silêncio pode não adiantar muito, e Rosa, é claro, será perguntada sobre o óbvio.

 

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